ORÁCULO
Tarot
O Tarot é um oráculo composto de 78 cartas, divididas em dois grupos – 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Manores. As imagens do Tarot sao arquetípicas e representam uma corte medieval cristã – o Rei, a Rainha, o Papa, o Julgamento, o Diabo.
Os Arcanos Maiores são profundos e revelam o que está no inconsciente. com lições e aprendizados que passamos em nossa vida.
Os Arcanos Menores correspondem ao baralho normal, tem uma subdivisão – 40 Cartas Numeradas e 16 Cartas da Corte.
As Cartas Numeradas retratam situações e comportamentos do dia a dia, e representam atitudes e caminhos que podemos seguir.
As Cartas da Corte são personalidades e se caracterizam por comportamentos específicos.
Saiba mais sobre o Tarot
A ORIGEM
A História do Tarot
Reprodução e tradução livre do site Tarot Heritage. Textos gentilmente cedidos por Sherryl Smith.
Reproduction and free translation of Tarot Heritage. website. Texts kindly provided by Sherryl Smith.
A história da evolução do Tarot nos leva, das cortes aristocráticas da Itália medieval, até as galerias digitais do século 21. com paradas ao longo do caminho nas gráficas da França, lojas ocultistas inglesas e na Califórnia. Nestas páginas descrevo o conhecimento do tarot das últimas décadas em uma narrativa ilustrada da invenção do tarot, o desenvolvimento como um jogo de cartas e a evolução em uma ferramenta contemporânea para a introspeção psicológica e exploração criativa. Apertem os cintos e preparem-se para um passeio em ritmo acelerado através e 600 anos de história do Tarot.
É minha opinião que o tarot foi projetado para contar uma história cristã convencional, utilizando imagens da antiga cultura popular medieval. Associar o tarot com a Cabala, a lenda do Graal, a Alquimia ou outros sistemas de adivinhação é uma sobreposição artificial. O tarot não foi inventado com qualquer destes sistemas em mente, mas estas associações funcionam bem no reino da imaginação e pode adicionar profundidade na compreensão das cartas.
Antes do Tarot ser inventado e popularizado, certas condições tinham que estar no lugar: papel barato, métodos de impressão barata e fácil, o conceito de jogar com quadrados de papel, redes de comércio para distribuição, plataformas de produção em massa e uma densa população urbana para comprá-los.
Todas estas condições se juntaram na Europa, especialmente na Itália, no último quarto do século 14.
O Tarot fez sua aparição, logo que as condições o permitiram; não poderia ter acontecido mais cedo.
Papel
Antes de aprenderem a fazer papel, os europeus criaram manuscritos em pergaminho de pele animal. Os livros eram objetos artesanais caros, alojados em castelos e mosteiros. O pergaminho de pele de animal não absorvia a tinta, de modo que as imagens não podiam ser produzidas em grande escala até que o papel, feito de fibras de plantas, se tornou disponível.
As técnicas para fazer papel de algodão e linho foram da China, ao longo da Rota da Seda, para a Ásia Central e depois se espalharam por todo o mundo islâmico. Os cruzados poderiam ter trazido técnicas de produção e papel do Oriente Médio, ou o papel poderia ter vindo da Espanha Islâmica para a Europa. O fato é que as primeiras fábricas de papel italianas apareceram em 1215.
Bloco de Impressão de Madeira
O bloco de impressão era semelhante ao carimbo de borracha. Uma imagem era desenhada em um bloco de madeira de gramatura fina, em seguida, o fundo era cortado, deixando uma imagem em relevo, que era então, coberta com tinta. Um papel era colocado na parte superior do bloco de tinta e friccionado com uma ferramenta plana de metal para transferi-la.
Esta técnica foi inicialmente usada para impressão em tecido e, em seguida, adaptada para a fibra de papel, quando esta se tornou disponível. Os blocos de impressão foram usados primeiramente para cenas religiosas e imagens de santos, que as pessoas colavam em livros, pregavam nas paredes ou carregavam como talismãs. Assim que o jogo de cartas tornou-se popular, os impressores adaptaram suas oficinas para a produção de cartas.
Os blocos podiam bem grandes, com várias colunas de cartas entalhada em um único bloco de madeira. Depois da impressão, as cartas eram cortadas em pedaços e coloridas à mão, usando estêncil. Até a invenção dos métodos de impressão modernos no século 19, os blocos eram o método preferido para impressão de jogos de carta, com exceção de alguns baralhos de luxo.
Jogando as Cartas
O jogo de cartas saiu da China para o mundo Islâmico, através da Rota da Seda, onde os baralhos tomaram uma forma muito diferente. O Museu Topkapi, em Istambul, tem três baralhos islâmicos, parciais, do século 15, nomeados de cartas Mamluk. O baralho é composto por quatro naipes numerados de 1 a 10, com 3 cartas da corte: Rei, Vice-Rei e Segundo Vice-Rei. Os naipes são espadas curvas, bastões de pólo, taças e moedas. Devido à proibição islâmica de retratar imagens humanas, as figuras da corte eram desenhos de naipes com uma etiqueta identificando sua posição.
Comerciantes, diplomatas e marinheiros trouxeram os jogos de carta de países islâmicos aos portos espanhóis e italianos, pouco antes de 1370. Estes jogos se espalharam rapidamente, e por muitas décadas foram associados à cultura popular Islâmica. Frequentemente se referiam a eles como cartas “Mouras” ou “Sarracenas”, ou pela palavra Árabe modificada naip, naibi ou nahipi.
Na Europa, os naipes Islâmicos foram modificados para os naipes italianos de espadas, bastões, copas e moedas. Estes naipes ainda são usados pelos baralhos estilo Marselha e são a base dos baralhos estilo Rider-Waite-Smith. As cartas da corte foram redesenhadas para retratarem pessoas reais: Rei, Rainha Cavaleiro e Pajem.
Jogo de Cartas na Europa
O jogo de cartas na Europa se espalhou muito rapidamente e pelos anos de 1370 tornou-se tão desenfreado, que um estabelecimento, alarmado, o viu como um problema social.
Apesar de que nenhuma das cartas atuais seja remanescente daquele tempo, sabemos que o jogo de cartas se generalizou por causa de provas, escritas em regulamentos da cidade, censuras que denunciaram o jogo de cartas e outros vícios da classe trabalhadora, livro de contabilidade e inventários de comerciante.
Em Florença, 1376, os jogos tipo Naibe foram proibidos na língua italiana, o que implicava que os jogos eram uma novidade. Um padre dominicano, vivendo em Basileia, em 1377, descreveu um baralho de cartas com naipes numerados de 1 a 10 e 3 cartas da corte. O inventário de um comerciante em Barcelona, 1401, menciona cartas douradas.
Cartas Trunfos
Nos Jogos de Truques1, um jogador conduz uma carta e o resto dos jogadores têm que deitar uma carta do mesmo naipe, se eles tiverem. Se não, eles devem jogar qualquer carta de qualquer naipe e perdê-la. Quem jogar a maior carta de um naipe que foi conduzido, ganha a mão. Para fazer o jogo mais interessante, um dos naipes pode ser designado como um naipe de “trunfos”, significando que estas cartas têm classificação mais elevada do que qualquer carta de outro naipe. Se não tiver uma carta do naipe que foi conduzido, pode jogar uma carta do naipe de trunfo e ganhar a mão.
Em alguns lugares, era costume dar nomes às cartas do naipe de trunfos. Em Karnoffel, por volta de 1420, num jogo que era muito popular em regiões de língua alemã, os trunfos foram chamados de Diabo, Imperador e Papa. Não existe evidência de que Karnoffel influenciou diretamente o tarot, mas indica que algumas imagens podem estar enraizadas nas tradições populares que cercam o jogo..
O jogo de Tarot é o único a ter um quinto naipe que serve como um naipe de trunfos permanente. Na próxima seção vamos ver como este naipe de trunfos foi inventado.
Os jogos trick-taking, onde um dos quatro naipes é designado como “trunfo”, eram extremamente populares em toda a Europa no final do século 14.
No início do século 15, alguém teve a brilhante ideia de criar um quinto naipe de cartas ilustradas, para servir como um naipe de trunfos permanentes, para um jogo chamado “Trionfi” (Trunfos).
Os desenhistas ilustraram este naipe com animais, flores, cenas de caça ou alegorias morais.
O primeiro Baralho Trionfi
O primeiro baralho com um naipe extra de trunfos que conhecemos foi encomendado pelo Duque Filippo Maria Visconti de Milão, por volta de 1425. Ele pediu a seu secretário, o estudioso humanista e astrólogo Maurizio da Tortona, para conceber um jogo de cartas alegórico baseado em virtudes e tentações. O baralho tinha quatro naipes, com quatro trunfos extras retratando deuses clássicos em cada naipe. Estes trunfos atuaram como um quinto naipe virtual. O baralho foi pintado pelo artista Michelino da Besozzo, e foi considerado excepcionalmente belo. Da Tortona escreveu um livro descrevendo as cartas e seus significados alegóricos, fazendo deste o primeiro kit de baralho e livro do mundo. O livro está na Bliliotheque Nationale em Paris, mas o baralho foi perdido. Um cortesão inventar jogo de cartas para um patrono aristocrata é uma possibilidade de como o primeiro baralho de tarot foi inventado.
Carte da Trionfi (cartas de trunfo) são mencionadas pela primeira vez no livro de registros do Duque Ferrara, em 1442. Não sabemos se ele se refere às cartas com as imagens familiares do tarot, ou um conjunto de trunfos com flores ou cenas de caça. É bem possível que fosse o baralho de tarot que estamos familiarizados, uma vez que um baralho com o padrão de vinte e dois trunfos de tarot estava se tornando um dos favoritos nas cortes de Milão e Ferrara durante 1440 e 1450. Não sabemos se o baralho mencionado era pintado à mão ou impresso por blocos. O Duque possuía uma prensa para impressão naquela época, mas aristocratas do século 15 também encomendaram jogos de cartas pintados à mão, em ouro e prata, de seus artistas favoritos.Cerca de 270 cartas de pelo menos 15 baralhos pintados sobreviveram até os dias atuais.
O início do Tarot em Milão
Os baralhos de tarots mais antigos que ainda existem, foram todos pintados na oficina do artista favorito do Duque de Milão, Bonifácio Bembo, e são conhecidos pelo nome do museu ou coleção onde estão alojados. Os dois primeiros, o Brera-Brambilla e o baralho Cary-Yale, foram provavelmente encomendados pelo Duque Maria Filippo Visconti, nos anos 1440. As cartas numeradas tinham setas ao invés de bastões.
Dois baralhos (o Carey-Yale e Pierpont Morgan) têm espadas retas ao invés de cimitarras curvadas. O naipe de ouros mostra moedas douradas cunhadas pelo Duque. O baralho Carey-Yale tem duas cartas da corte extras em cada naipe, bem como três trunfos extras retratando virtudes. Nesta época não havia nenhum padrão definido para o número ou naipe de cartas em um baralho de tarot.
O baralho mais completo de tarot com cartas pintadas do século 15, que sobrevive até hoje, é o Pierpont Morgan Bergamo, vulgarmente conhecido como o baralho Visconti-Sforza, encomendado em 1450 por Francesco Sforza, duque de Milão. Os trunfos não têm nome ou número sobre eles, mas obviamente representam os mesmos arquétipos do tarot que temos hoje.
Em Ferrara, nos anos 1470, alguém recolocou várias cartas de trunfo perdidas, ou criou cartas que nunca estiveram no baralho original, para traze-lo para o padrão de 22 trunfos. Este baralho não tem as cartas Torre e Diabo, e duas cartas numeradas estão faltando também. Nós não temos como saber se o Diabo e a Torre foram perdidos ou deliberadamente deixados de fora do baralho.
O início do Tarot em Ferrara
Milão pode ter o crédito de inventar o tarot, mas o Duque de Ferrara e sua família os foram grandes consumidores de jogos de cartas durante todo o século 15. A partir de 1422, livros de registros do Duque mostram várias entradas de luxuosos baralhos pintados à mão, bem como a reparação de cartas danificadas. Um registro no livro de contas de 1442, usa o termo “Carte da Trionfi” pela primeira vez. O Duque de Milão pode apenas ter comprado, como muitos baralhos, mas nós nunca saberemos, já que seus registros foram destruídos em um incêndio em 1447.
Dois baralhos pintados à mão de certa de 1475 e duas folhas sem cortes de baralho impressos por blocos, de pouco depois de 1500, mostram que Ferrara estava desenvolvendo um estilo único de tarot. A Força é uma mulher que estava ao lado de um pilar, o Enforcado segura dois sacos de dinheiro, a Morte está a cavalo e o Mundo mostra uma mulher que está num círculo que envolve a cidade em miniatura. Algumas destas imagens se transformaram, 200 anos depois, no baralho Parisian Vieville, mas este estilo não influenciou o desenvolvimento do tarot convencional.
Na próxima seção vamos ver a rica variedade de baralhos do século 15 na Itália.
O primeiro baralho de Tarot
No final do século 15, o tarot tinha se estabelecido na estrutura que conhecemos hoje em dia: 22 Trunfos e 4 Naipes com 14 cartas cada um, incluindo 4 cartas da Corte: Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem.
Como os trunfos não tinham números ou nomes impressos neles, não podemos ter certeza da sua ordem ou como se chamava cada carta.
As imagens antigas de tarot podem parecem exóticas para nós, mas eram muito familiares para quem jogava cartas no século 15 – afrescos de parede, livros ilustrados, jogos e quadro vivo.
Desde o início, todos os baralhos de tarot eram consistentes. Todos tinham as mesmas 22 imagens que estamos acostumados e nenhuma outra. Por exemplo, a carta da Estrela poderia retratar um astrônomo, os magos seguindo a estrela de Belém, ou uma mulher segurando uma estrela; mas a carta foi facilmente reconhecida como ilustrando o conceito de Estrela.
Tarot criativo
Os anos em que o tarot se estabeleceu, aproximadamente entre 1440 a 1470 foram uma época dourada no que se refere à criatividade. Ricos aristocratas encomendaram baralhos exclusivos, que utilizavam a estrutura de tarot para expressar seus interesses pessoais, tanto quanto artistas de tarot fazem hoje. Alguns destes baralhos estão em museus e reproduções estão disponíveis para colaboradores.
Em 1465, o Conde Matteo Maria Boiardo, de Ferrara, usou o tarot para comentar a natureza do amor. Seus trunfos foram nomeados sobre condições humanas como ociosidade, razão, desejo e mistério.
As cartas dos 4 naipes – olhos, chicotes, dardos e vasos – são descritos por poemas de 3 linhas, transmitindo uma mensagem, por vezes cínica, sobre o amor. Os poemas foram publicados em Veneza em 1523, e as cartas foram ilustradas por Maurízio Bonora, em 1995.
O baralho Sola Busca provavelmente foi criado em Ferrara nos anos 1470 ou 1480. É o único baralho completo de 78 cartas que temos do século 15, e é a nossa melhor prova de que a estrutura do baralho que temos hoje se tornou padrão naquela época.
Este foi um baralho exclusivo com generais militares, heróis romanos e figuras bíblicas nas cartas de trunfo.
É um dos primeiros baralhos impressos e também o primeiro a ter as cartas numeradas ilustradas. Estas ilustrações inspiraram Pamela Colman Smith quando ela desenhou o baralho Rider Waite no início de 1900.
Cartas para o público em geral
Nenhum dos blocos para imprimir cartas sobreviveu do século 15. Nossa única evidência parece ter vindo de folhas de cartas não cortadas, datadas de aproximadamente 1500, que foram preservadas, sem intenção, por causa de erros de impressão, que as fizeram sem uso. Ao invés de cortar as folhas em cartas individuais, o tipógrafo as usou como preenchimento ou papéis para encadernação de livros. Estas folhas sem uso foram preservadas com os livros e muitas tem ido para museus.
Ainda há uma questão aberta: quem veio primeiro. Foram os baralhos luxuosos pintados à mão que modelaram os baralhos produzidos em massa, ou uma forma de impressão barata em bloco, imprimiu um baralho de tarot no padrão aristocrático pintado à mão? Já que evidências físicas são apenas superficiais não temos certeza quem veio primeiro, ou quanto os baralhos aristocráticos feitos à mão, se assemelhavam as cartas usadas para jogar.
Raízes do Tarot de Marselha (TDM)
Os historiadores acreditavam que o padrão Tarot de Marselha foi inventado na França. Porém, no início do século 20, foram descobertos dois precedentes, possivelmente italianos, para estas imagens.
Numa folha de cartas sem corte, de aproximadamente 1500, que acredita-se ser de Milão (agora na coleção Cary da Universidade de Yale), encontra-se o característico Tarot de Marselha – o relâmpago atingindo a Torre, a mulher Estrela derramando água de 2 jarros e a Lua com dois cães, torres e uma lagosta. Também mostra as mãos que segurando os símbolos dos naipes em todos os Ases. Estas cartas parecem ser uma ponte entre seus predecessores Italianos e o mais recente Tarot de Marselha Francês.
Quando um poço no castelo Sforza, em Milão, foi esvaziado no início do século 20, numerosas cartas de baralho foram encontradas na parte inferior. Elas foram datadas de cerca de 1500 e tinham imagens típicas do Tarot de Marselha. Com base nestas evidências, os historiadores concluíram que as características imagens do TDM se originaram no norte da Itália, provavelmente Milão, e que os baralhos com estas imagens foram levados para a França por soldados que retornaram para casa de guerras na Itália, ou por mercadores e banqueiros italianos que viviam em todas as grandes cidades da Europa. Por outro lado, também é possível que, as cartas que estavam no fundo do poço, tenham vindo da França, com a invasão do exército francês. De qualquer maneira, parece haver uma ligação entre o tarot Francês e Milanês datando do início do século 1500.
Tão poucas cartas sobreviveram do século 15 que é impossível criar uma história completa sobre as linhas de influência entre Itália e França. Tudo que podemos fazer é ligar os pontos com as poucas cartas remanescentes e esperar que a história contada se assemelhe à verdade.
Na próxima seção, o tarot vai para a França.
No início dos anos 1500 a forma de jogar cartas havia passado por uma grande mudança.
Os naipes franceses que usamos hoje (ouros, paus, copas e espadas) tornaram-se o padrão para as cartas na Europa, fazendo com que o tarot, com seu antigo naipe de trunfos e cartas numeradas ao estilo italiano (copas, moedas, bastões e espadas), se torna-se um resquício conservador.
O nome do jogo mudou para Tarocchi ou Tarot, para distinguí-lo de um jogo popular de trunfos, jogado com um baralho de regular de quatro naipes.
Baralhos de tarot com variações regionais emergiram, tal como o menor Bolognese e o baralho expandido Minchiate.
A versão do baralho de tarot usada em Milão foi para a França e evoluiu para o Tarot de Marselha.
A indústria de cartas mudou para França e o tarot se tornou uma mercadoria produzida em massa.
Os únicos baralhos criados antes de meados de 1500, que sobreviveram, são luxuosos baralhos pintados à mão e as folhas não cortadas de impressão por blocos, acidentalmente preservadas em capas de livros. Com tais evidências incompletas é extremamente difícil seguir as linhas de influência entre os baralhos de tarot. Durante este tempo, muitos estilos de tarot e baralhos exclusivos continuaram a ser encomendados.
As imagens do Tarot de Marselha (TDM) haviam sido criadas por volta de 1500 e pareciam ser as preferidas das gráficas, mas havia um bom número de baralhos de tarot alternativos disponíveis. Sempre que você vir “numeração padrão” ou “imagens padrão” mencionadas nestas páginas, nos referimos ao estilo do baralho de Chosson-Conver que continua até hoje a ser o padrão de design do Tarot de Marselha.
Antes do Tarot de Marselha
O baralho francês Catelin e Geoffroy de 1557 é o primeiro baralho impresso em blocos de que sobreviveu. Este baralho, de alta qualidade, tem figuras que são mais animadas e arredondadas do que as usuais e duras xilogravuras do TDM. Os trunfos têm numeração padrão e as imagens são semelhantes a um Tarot de Marselha, com algumas exceções. A Torre mostra duas pessoas presas em uma tempestade, uma delas tocando violino, enquanto o Diabo tem uma pá por cima do ombro. As cartas numeradas são baseadas no baralho alemão Virgil Solis, de 1544, com naipes de leões, macaco, papagaios e pavões.
O baralho Parisian do início dos anos 1600 é o primeiro impresso em blocos de madeira a sobreviver em sua totalidade. Os nomes e números nas cartas de trunfo são idênticas ao padrão TDM, mas as imagens parecer ser uma mistura de várias influências. Os Amantes são um casal de namorados, a Estrela é um astrônomo e a Torre mostra uma tempestade, com várias pessoas girando ao redor dela, uma delas tocando tambor. A Lua é um homem tocando harpa sob a janela de uma mulher e o Sol é uma mulher com um macaco.
Em 1664, uma rica família Bolonhesa encomendou um baralho de luxo do artista Giuseppe Maria Mitelli. Este encantador baralho, gravado em cobre com delicadas curvas barrocas, tem imagens únicas que ainda são identificadas como o padrão de trunfos do tarot. O Sol é Apolo com sua lira. O Enforcado reverte para seu significado original de traidor e mostra um homem adormecido prestes a ser assassinado. O Diabo se assemelha a sua contraparte nos baralhos Milaneses do século 19 – ele está segurando um tridente, sentado em uma fogueira, com um monstro se contorcendo. Este é considerado mais novo e é conhecido como Tarocco Bolognese, um baralho resumido com algumas cartas numeradas removidas.
Tarot de Marselha
Em 1650, o fabricante de cartas parisiense Jean Noblet, criou o primeiro Tarot de Marselha que nós conhecemos. Provavelmente haviam baralhos TDM anteriores, mas não temos nenhuma evidência deles. O baralho do Noblet diferia do TDM padrão em muito poucos detalhes: A carta Torre tem o sol no canto superior e fogo saindo do topo da torre, ao invés de ser atingido por um raio. Não há pássaro na carta Estrela; o Enforcado tem uma estranha plumagem saindo de seus ombros e a figura central do Mundo usa uma capa e cinto de folhas ao invés de um lenço envolto, em diagonal, no seu corpo.
Outro baralho inicial TDM, o Dodal, impresso em Lyon, em 1714, foi um baralho de transição entre o Noblet e o TDM padrão. Ambos os baralhos foram lindamente restaurados por Jean-Claude Flornoy usando métodos de impressão por blocos de madeira e estêncil tradicionais.
Baralho Flamengo (Fandres)
Jacques Vieville, fabricante de cartas parisiense e contemporâneo de Noblet, imprimiu o primeiro exemplar conhecido do Tarot Belga, ou tarot estilo Flamengo. Neste estilo, os trunfos 1 a 11 são os mesmos que o Tarot de Marselha, enquanto os trunfos de numeração mais alta têm imagens únicas para este tipo de baralho. A Temperança segura um cajado em uma mão, enquanto coloca água de um jarro dentro de outro jarro no chão. O Enforcado está de pé e a carta é intitulada incorretamente de “Lepen du”. A Torre é chamada “Raio” e mostra uma pessoa sob uma árvore em uma tempestade de granizo. A Estrela representa um astrônomo com um compasso, a Lua mostra uma mulher debaixo de uma árvore segurando um fuso e o Sol é um jovem em um cavalo. Várias figuras estão na direção oposta porque o autor falhou ao entalhar o bloco de madeira na imagem espelhada, fazendo com que a carta impressa saísse invertida.
O Vieville é um baralho estilo Flamengo, que é único em mudar os números em três pares de trunfos, como em um poema neles baseado, escrito em Pavia, em 1570. As imagens de três cartas são similares aos baralhos pintados à mão criados em Ferrara no século 15 (o astrônomo com o compasso, a mulher com o fuso e a figura do Mundo de pé sobre um globo), então é possível que o estilo Flamengo tenha se originado em Ferrara e representa uma corrente alternativa de imagens de tarot, que surgiu na França e na Bélgica em 1600. É possível que este estilo nunca tenha saído de catálogo, simplesmente não temos exemplares que tivessem sobrevivido dos anos seguintes.
Os tarólogos precisam de desenhos simples, consistentes, que possam ser reconhecidos instantaneamente. Em 1700, a situação fluida dos 200 anos anteriores, foi se consolidando em um baralho padrão. Quando o jogo de tarot se tornou uma mania internacional, as cartas se tornaram uma mercadoria produzida em massa, com o Tarot de Marselha emergindo como um modelo padrão.
Na próxima seção veremos o Tarot de Marselha.
O primeiro Tarot de Marselha moderno que conhecemos foi impresso por Pierre Madenie, em Dijon, em 1709. Este baralho era quase idêntico aos seus precursores, Noblet e Dodal.
Em 1736, Chosson, de Marselha imprimiu o que viria a ser o protótipo para a maioria dos baralhos posteriores.
Em meados os anos 1700, baralhos quase idênticos ao Chosson estavam sendo produzidos na França, Bélgica e Suíça. O baralho de Chosson se tornou a mãe de todos os TDM em 1760, quando Nicolas Conver, de Marselha, copiou um baralho de Chosson diretamente em seus blocos de madeira.
O TDM Conver se tornou o baralho padrão na França e é o modelo mais popular de TDM usado até hoje.
Variantes do Tarot de Marselha
Embora as cartas Papa e a Papisa fossem alegorias respeitosas, autoridades da Igreja do século 18 as consideraram blasfemas e forçaram os fabricantes, em algumas áreas, a refazer as cartas com outras imagens.
Em meados de 1700, o produtor de cartas Vandenbore de Bruxelas, imprimiu um baralho típico estilo Flamengo (descrito na seção anterior), mas com o Capitão Espanhol (ou Capitão Fracasse), um personagem arrogante da Commedia del’Art, substituindo a Papisa. Baco agarrando um barril de vinho tomou o lugar do Papa.
Os baralhos de Besancon, impressos na Suíza, usaram Júpiter e Juno como substituição. O característico baralho Bolognese substituiu a Imperatriz e o Imperador, bem como o Papa e a Papisa com quatro reis mouros.
A Igreja, evidentemente, não viu a ironia de ter figuras religiosas substituídos por personagens pagãos.
Tarot de Marselha na Itália
Em 1700, o TDM retornou ao local de nascimento do tarot, no norte da Itália, onde se expandiu para os estilos Lombardia e Piemontese. Os primeiros baralhos italianos eram idênticos ao TDM, completo com títulos franceses com erros ortográficos. Com o tempo, eles adquiriram títulos italianos, tornaram-se de cabeça dupla (espelhados) e assumiram algumas características únicas de desenho.
Carlo Della Rocha, de Milão desenhou um baralho primorosamente gravado em 1835, conhecido como Soprafino, que se tornou um baralho Milanês por excelência. Algumas de suas imagens singulares incluem o Diabo sentado em chamas e rodeado por monstros verdes se contorcendo; uma lagosta vermelha em uma bandeja de prata na carta da Lua e um jovem casal dançando na carta do Sol. As rígidas cartas da corte do TDM adquiriam trajes elaborados, expressões faciais animadas e personalidades individuais. As cartas numeradas são decoradas com graciosa folhas, flores e fitas.
Tarock
No final dos anos 1700, os tarólogos tinham optado pelo baralho Tarock em todos os lugares, menos na Itália. Inventado na Alemanha, o Tarock se espalhou rapidamente pela Europa central e Escandinávia, e no século 20 substituiu o TDM, onde quer que ainda fosse jogado.
Os baralhos Tarock usavam naipes franceses (corações, paus, espadas e diamantes). Os trunfos eram de cabeça dupla (espelhados) e tiram imagens decorativas tais como animais, cenas rurais ou bailarinas que não tem relação tradicional com trunfos do tarot. Enquanto o Tarot de Marselha permaneceu estático, o Tarock, criado a partir do tarot tradicional, se tornou um veículo para a expressão criativa.
Após a década de 1780, os baralhos (para jogo e para adivinhação) e estudos esotéricos seguiram caminhos separados. O TDM tradicional, com seus trunfos medievais e naipes italianos (espadas, bastões, taças e moedas), tornou-se gradualmente um remanescente antiquado que lutava para sobreviver em poucas regiões onde os jogadores pendiam para baralhos tradicionais.
O leste da França foi um dos últimos lugares a se converter para os novos baralhos Tarock. Isso deu aos ocultistas franceses do século 18 uma oportunidade de adotar o TDM como baralho padrão, preservando-o do esquecimento histórico.
Na próxima seção veremos como os ocultistas franceses reinventaram o tarot, mantendo sua estrutura original e imagens.
O Tarot de Marselha Tipo I é muito parecido com o baralho padrão TDM Tipo II, exceto por dez cartas com detalhes diferentes.
Abaixo está uma comparação lado-a-lado com o cartão TDM I à esquerda e o TDM II à direita. Ambos são reproduções fotográficas de baralhos históricos produzidos por Yves Reynaud.
O tipo I é o de Jean-Pierre Payen de 1713.
O tipo II é o de Pierre Madenié de 1709.
Características de um Tarot de MarselhaTipo I:
O Louco é chamado Le Fol.
O Imperador tem o número 4 flutuando na frente de sua cabeça.
Ao invés da cruz tripla, o Papa tem um bulbo e algo dobrado em cima do seu bastão.
O cupido no cartão de Amantes está vendado e voa da direita.
O Carro tem um dossel recortado e o escudo na frente da carruagem está às vezes sem detalhes.
O Enforcado tem dedos colados nos ombros e sua língua sobressai.
O Diabo tem um rosto na barriga.
A Lua está sempre de frente.
No Mundo a mulher usa uma saia de folhas e as pernas não estão cruzadas.
Cavaleiros são chamados Chevalier ao invés de Cavalier.
O Louco é chamado Le Fol.
O Imperador tem o número 4 flutuando na frente de sua cabeça.
Ao invés da cruz tripla, o Papa tem um bulbo e algo dobrado em cima do seu bastão.
O cupido no cartão de Amantes está vendado e voa da direita.
O Carro tem um dossel recortado e o escudo na frente da carruagem está às vezes sem detalhes.
O Enforcado tem dedos colados nos ombros e sua língua sobressai.
O Diabo tem um rosto na barriga.
A Lua está sempre de frente.
No Mundo a mulher usa uma saia de folhas e as pernas não estão cruzadas.
Cavaleiros são chamados Chevalier ao invés de Cavalier.
Yves Reynaud reproduziu fotograficamente baralhos historicamente importantes como o Madenié, Burdel e Conver.
Agora novamente ele reproduziu uma recriação do Jean-Pierre Payen Tarot, de 1713, um dos poucos baralhos Tipo I do Tarot de Marselha disponíveis para compra. Se estiver familiarizado com qualquer um dos baralhos da Reynaud, o Payen verá a mesma produção de alta qualidade e edição limitada, embalados em uma caixa resistente.
Vamos colocar este baralho no contexto da tradição do Tarot de Marselha.
O que é um TDM I Tarot?
As designações Tarot de Marseille Tipo I e Tipo II originaram-se com o historiador de cartas Thierry Depaulis em seu catálogo Tarot, Jeu & Magie , de 1984.
TDM Tipo II é o baralho em que temos em mente quando alguém menciona o Tarot de Marselha. É o TDM Francês padrão impresso pela primeira vez por Madenié, Chosson e Conver no século 18.
Grimaud, Lo Scarabeo, Fournier outros grandes editores de cartas europeus atualmente imprimem suas próprias versões. A maioria das reproduções modernas, como o Tarot de Marselha de Pablo Robledo, o CDB de Yoav Ben Dov e o de Jodorowsky Camoin são TDM Tipo II.
O TDM Tipo I é idêntico ao Tipo II, mas com dez pequenas diferenças. Os historiadores costumavam achar que o TDM I era uma versão anterior do Tarot, da qual o TDM II evoluiu. Recentemente descobrimos que o baralho de Madenié, de 1709, é mais antigo do que os dois mais antigos TDM I, o 1710 Dodal e o 1713 Payen. Parece que os dois tipos são tradições paralelas. As imagens distintas do TDM I foram usadas nos séculos 17 a 19 em baralhos de muitas regiões.
A seção anterior (O Tarot de Marselha Tipo I x Tipo II) mostra as dez cartas únicas TDM I ao lado das cartas TDM II. Se não estiver familiarizado com as diferenças, sugiro que dê uma olhada agora antes de continuar lendo.
Origens das imagens do TDM I
A primeira evidência que temos do estilo caraterísticos do TDM I é a Folha Cary, guardada na Biblioteca Beinecke da Universidade de Yale. Este fragmento contém 6 cartas completos e 14 parciais. Foi provavelmente impresso em Milão por volta de 1500, mas não há provas concretas.
A imagem mostra a parte da folha com as cartas mais completas. Algumas imagens são como o padrão TDM II, mas algumas são distintas, como o Diabo espetando uma criança.
Algumas cartas têm imagens de TDM I: a Lua voltada para a frente e o escudo em branco no Carro. O Papa tem um bastão de bispo, não é a cruz tríplice do TDM Tipo II, e é não a bola e o topo dobrado do TDM Tipo I.
Esse baralho é único demais para chamá-lo de protótipo do TDM I ou II. Mas isso mostra que algumas imagens de TDM I existiam no início dos anos 1500.
No início do século 20, quando um poço no castelo Sforza, em Milão foi esvaziado, descobriram 58 cartas de vários baralhos que datam do início até meados do século 16, na parte inferior. Uma carta era o característico Mundo do TDM I, com a mulher com seu cinto de folhas e pernas não cruzadas.
Parece que os baralhos italianos exibiram detalhes característicos do TDM I, bem no início da história do tarot, e foram para a França ao mesmo tempo que o tradicional TDM II.
Baralhos Tarot de Marselha Tipo I
O primeiro baralho completo que conhecemos com imagens TDM I foi impresso em Paris em 1659, por Jean Noblet. Este baralho tem sete dos dez detalhes do TDM I. As exceções são o Imperador, que não tem os 4 na frente de seu rosto, e o Carro que tem as iniciais do fabricante no escudo. O Noblet Pope tem um bastão como na Folha Cary. Na maior parte, o restante dos trunfos está em conformidade com o padrão TDM II.
O Noblet Fool é único – este é o único baralho onde ele é chamado Le Fou, ao invés de Le Fol ou Le Mat. Lado a lado com o Bateleur e sua vara cortada, parece que Le Bateleur está segurando o pênis do Louco, que o cachorro está prestes a morder. Este baralho está próximo de ser um tipo TDM Tipo I, mas não inteiramente.
Duas versões, de Jean-Claude Flornoy e Joseph H. Peterson, estão atualmente disponíveis.
O baralho de Rolichon de meados de 1600, em Lyon, só existe como desenho em um livro impresso em 1919. É muito semelhante ao Dodal, de meio século depois, e pode nos mostrar como era o baralho de Tarot antes que o TDM II se tornasse padrão. Ou talvez o baralho estilo Rolichon-Dodal fosse uma tradição paralela, saturada pela TDM II, graças a tendências econômicas e de marketing, assim como o baralho Waite Smith, que superou qualquer outro estilo nos EUA, em meados do século 20.
Um baralho impresso por Jean Dodal pouco depois de 1700 em Paris é o mais antigo baralho que tem todas as características de um TDM Tipo I. É quase contemporâneo do primeiro TDM Tipo II conhecido, de Pierre Madenié, em 1709, e é quase idêntico ao baralho Payen Tipo I. Jean-Claude Flornoy produziu um baralho reconstruído, e uma versão impressa por Dusserre que é rara e está esgotada.
O baralho de Jean-Pierre Payen, impresso em Avignon, 1713, é tão semelhante ao Dodal que pode ter sido diretamente influenciado por ele. Yves Reynaud produziu a única versão do baralho Payen no mercado.
Dois baralhos de TDM I apareceram na Itália em diferentes séculos. Quatro dos trunfos de Toso impressos em Gênova @1770 estão no estilo TDM I (Kaplan’s Encyclopedia Volume II, página 339). Giacomo Draghi, da Ligúria, imprimiu um baralho TDM I antes de 1860 (Kaplan’s Encyclopedia Volume II, página 350).
Imagens TDM I em baralhos TDM não padrão
Os detalhes do TDM I geralmente aparecem em baralhos que se desviam do padrão TDM II.
Baralhos ao estilo de Besançon com Juno e Júpiter ao invés da Papisa e do Papa foram impressos em Besançon, Estrasburgo e Suíça, de aproximadamente 1720 ao começo dos anos 1800. Cinco cartas estão de acordo com o padrão TDM I: Le Fol, os Amantes, o dossel recortado do Carro, o Mundo e o Cavaleiro como Chevalier.
O característico estilo piemontês tem elementos do TDM I. O Papa tem um bulbo e uma flor no bastão, ao invés da cruz tríplice. O cupido voa da direita na carta dos Amantes, mas não está vendado. O Carro tem um dossel recortado, e o Diabo é do tipo TDM I com um rosto na barriga.
Baralhos com detalhes de TDM I foram impressos de Paris ao Piemonte durante três séculos. Esse estilo se infiltrou em numerosos baralhos em muitas épocas e lugares, e é uma alternativa quase esquecida ao onipresente TDM II.
Graças a Jean-Claude Flornoy, Giordano Berti e Yves Reynaud, o baralho TDM Tipo I está agora disponível para todos.
Baralhos mostrados neste artigo
The Lovers, Tarot Jean-Pierre Payen 1713, Yves Reynaud, 2016. https://www.tarot-de-marseille-heritage.com/
Cary Sheet, Beinecke Rare Book and Manuscript Library, Yale University. https://beinecke.library.yale.edu/
Le Fol and Le Bateleur, Jean Noblet Tarot, Jean-Claude Flornoy, 2007. https://www.letarot.com/
The Hanged Man, Jean Dodal Tarot de Marseille, Jean-Claude Flornoy, 2002. https://www.letarot.com/
The Devil, Tarocchi Vergnano, Giordano Berti, 2014. https://rinascimentoitalianartenglish.wordpress.com/catalog/
Os baralhos Piemonteses têm aproveitado seu momento ao sol desde o final de 2014, com Osvaldo Menegazzi e Giordano Berti criando edições limitadas de baralhos historicamente importantes. Camelia Elias ilustrou seu livro, Marseille Tarot, com um baralho de Piemonte, de Carolus Zoya, de uma coleção particular que nunca foi vista pelo público (link abaixo). Tenho tentado entender o estilo Piemontese: quando começou, como difere do Tarot de Marselha, e sua distribuição geográfica.
O Estilo Piemontese
Os baralhos Piemontese são um Tarot de Marselha com alguns ajustes de design interessantes, como a borboleta do Louco, a figura humana com uma cauda vermelha na Roda da Fortuna e o rosto no estômago do Diabo. Os modernos baralhos Piemonteses têm face dupla e algumas das 78 cartas que ainda estão sendo produzidos para jogos.
O primeiro baralho Piemontese que conhecemos foi impresso por Giuseppe Lando, de Turim, em 1760 (veja Enciclopédia de Kaplan, Volume I, p. 150). O primeiro baralho de face dupla foi impresso em 1862 em Turim; e em 1870, todos os baralhos de Piemonte tinham este mesmo estilo, que é usado atualmente.
Este estilo contemporâneo foi precedido por mais de 100 anos de um estilo de face única. Tanto o baralho Strambo, reproduzido por Il Meneghello, quanto o baralho de Vergnano, de Berti, são desta época.
Sobre Piemonte
O Piemonte fica no extremo noroeste da Itália, cercado pelos Alpes, e pela Lombardia a leste. Além dos Alpes estão a Suíça e a região da França que já foi o ducado independente de Savóia. O Piemonte e o Savóia eram uma unidade política até 1860. A capital do Ducado era Chambery, perto de Lyon, um importante centro de fabricação de cartas, que exportava baralhos para Piemonte.
O primeiro fabricante de cartas documentado em Piemonte é Francesco Franco, que trabalhou em Turim de 1627 a 1629. Mais da metade dos impressores piemonteses listados na Enciclopédia de Kaplan estavam localizados em Turim, a capital de Piemonte; mas uma indústria de baralho também floresceu nas cidades ao longo do Rio Sesia, ao leste de Piemonte. O primeiro baralho impresso no Vale Sesia, que ainda existe, foi feito por Giuseppe Ottone, de Serravalle em 1736. O baralho está agora no museu Fournier e parece ser um TDM padrão.
História antiga
O tarot tem raízes profundas em Piemonte, com evidências de uma vigorosa tradição em cada século da história de Tarot. O Ducado de Savóia foi criado em 1416, quando o Sacro Imperador Romano-Germânico elevou o Conde Amadeus VIII a Duque, tornando-o governante de Savóia e de Piemonte.
Em 1427, Filippo Maria Visconti, Duque de Milão, casou-se com uma filha de Amadeus em troca da cidade de Vercelli, onde os baralhos estilo Piemonte foram impressos 400 anos depois. Acredita-se que este casamento esteja representado na carta dos Amantes do baralho Carey-Yale, pintado à mão, encomendado por Filippo.
Na mesma época, Filippo encomendou um baralho de cartas ilustradas, pintadas à mão, de seu secretário Marziano da Tortona. Através da troca de presentes e visitas entre Milão e Savóia, é possível que o tarot tenha chegado a Chambery e Lyons em uma data anterior.
Os livros de tarot impressos e licenças para gráficas e fornecedores evidenciaram uma tradição ininterrupta de tarot em Piemonte durante os séculos 16 e 17. Em meados do século 18, os fabricantes de Piemonte produziam o Tarot de Marselha com títulos franceses; enquanto outras gráficas, especialmente no vale do Rio Sesia, estavam fazendo baralhos Piemonteses. Os guias, diários e cartas de turistas mencionam a popularidade dos tarot na região. Um livro de instruções foi impresso em Turim em 1787.
Depois que Napoleão conquistou a Savóia, em 1802, e o centro do poder político mudou para Paris, os onerosos impostos e restrições sobre as cartas de baralho diminuíram. Isso deu aos impressores mais liberdade para reproduzir o estilo regional, que surgiu depois de 1860, quando a Savóia foi absorvida pela França, e o Piemonte se tornou a capital da Itália, recentemente unida.
Origens das Imagens Piemonteses
Em meados do século 18, um estilo regional piemontês estava surgindo, ao mesmo tempo que os impressores piemonteses também estavam produzindo TDMs no estilo francês, e Lyon estavam exportando baralhos como o Dodal para Piemonte.
Michael Dummett afirmou que o baralho Dodal exportado para Piemonte, a partir de Lyon, entre 1701 e 1715, é o ancestral do estilo piemontês. Ele acreditava que o tarot havia desaparecido de Piemonte no final do século 18, de modo que os baralhos impressos na região tinham que se basear em um modelo francês. Discordo. Existe documentação sobre o tarot na região desde 1570. Acho totalmente plausível que haja uma tradição ininterrupta de um baralho de tarot regional que abrange seis séculos.
O Dodal e os trunfos Piemonteses compartilham apenas duas características únicas de design: o rosto na barriga do Diabo e o bastão da carta do Papa com uma bandeira e uma bola ao invés da cruz tripla. Muitas características únicas do baralho Dodal não aparecem nos baralhos Piemonteses: O cupido de olhos vendados, o dossel recortado na carruagem, a mulher na carta do Mundo usando um cinto de folhas ao invés de um lenço. O Dodal não é responsável pela maioria das variações de design nos tarots Piemonteses.
O baralho de Zoya compartilha muitas características com o Dodal, mas não sabemos suas datas, ou quando ele chegou em Piemonte, então suas influências são um mistério.
Abaixo tem uma lista de características exclusivas dos trunfos Piemonteses.
Acredito que as características únicas dos baralhos Piemonteses, como o Eremita como um monge, o leão defendendo a mulher na carta Força, a borboleta na frente do Louco e o Diabo único, são uma tradição local que nunca foi perdida. Não temos evidências antes de 1760, porque existe muito poucas cartas dos séculos anteriores. Mas não vejo nenhuma evidência convincente de que essas características de design tenham sido importadas da França.
O estilo piemontês merece ser mais conhecido, pois representa uma tradição folclórica regional de tarot que pode se estender até o século 16. Juntamente com o padrão Milanês/Lombardia, tem-se a mais longa e ininterrupta história do que qualquer outro estilo de tarot. O jogo de tarot nunca morreu no Piemonte, nem na Lombardia, e ainda floresce nessas regiões até hoje.
Referências
Caldwell, Ross Sinclair, Thierry Depaulis, Marco Ponzi, editors and translators. Explaining the Tarot: Two Italian Renaissance Essays on the Meaning of the Tarot Pack. Maproom, 2010.
DePaulis, Thierry. “Il Tarocco Piemontese,” in Il Castello dei Tarocchi, ed. Andrea Vitali. Lo Scarabeo, 2010.
Dummett, Michael. The Game of Tarot. Duckworth, 1980, pp 196-198, 258-260.
Elias, Camelia. Marseille Tarot: Towards the Art of Reading. EyeCorner Press, 2015.
Kaplan, Stuart. The Encyclopedia of Tarot, Volumes I & II. U.S. Games Systems, Inc., 1978 and 1986.
Pratesi, Franco. “Tarot in Piedmont in the 16th Century: The Oldest Book on the Subject,” in The Playing Card, 16 No. 1, 1987. (Access the article from Pratesi’s website: http:/naibi.net (04 on the list))
Pratesi, Franco. “Dauphiné Cards on the Wrong Track,” in The Playing Card, 21 No. 3, 1993 (Access the article from Pratesi’s website: http:/naibi.net (47 on the list))
Links:
Depois de comparar os trunfos dos baralhos:
Tarocchi Vergnano (Giordano Berti)
Strambo (Il Meneghello)
Tarocco Piemontese (Modiano)
Lando Tarot em The Encyclopedia of Tarot por Stuart Kaplan, Volume I, página 150
com os trunfos de um Conver Tarot de Marseille, concluí que as características seguintes são as características do tarot Piemontese/Piemonte. Nenhum bralho tem todas as características listadas aqui. A maioria deles é uma mistura dos estilos tradicionais do Tarot de Marselha e de Piemonte. Muitos baralhos impressos nesta região têm características únicas que lhes conferem uma personalidade distinta.
Il Mazzo (O Louco) usa um gorro da Frígia com viseira, uma borboleta flutua na frente de seu rosto, ele tem uma barba muito longa, sua mochila tem um grande pompom vermelho muito parecido com a cauda da figura humana na Roda da Fortuna.
O Bagatto (O Mago) sacode a varinha sobre uma mesa cheia de ferramentas de sapateiro. Você pode ver as pernas da cadeira atrás dele e, em alguns baralhos, as pernas estão inclinadas para mostrar que ele está sentado na cadeira. Ele está dentro de casa, não há vegetação perto dos pés dele.
La Papessa (A Papisa) tem uma coroa dupla arredondada, não uma tríplice coroa papal. Uma faixa inclinada mantém os dois lados do manto juntos.
Imperatriz: sua águia tem uma cruz no seu corpo, o trono tem pesadas colunas verticais que se tornam semelhantes a asas no TDM.
Imperador tem uma coroa com uma aba traseira, ao invés de um elmo, e uma cruz em sua águia.
O bastão da carta do Papa é encimadas por uma bandeira ou flor e tem uma única cruz ao invés da cruz tripla. Em alguns baralhos, sua coroa é mais curta que a tríplice coroa papal. Duas figuras estão na frente dele.
Em L’Amore / Gli Amanti (Enamorados), o cupido aponta sua flecha para a mulher mais velha que o homem favorece. Ela usa uma coroa ao invés de uma grinalda. Em muitos baralhos, as mulheres trocam de posições – a jovem está à esquerda.
O cocheiro do Carro segura um chicote diagonalmente em seu corpo, ou um bastão com uma planta estilizada no topo. Ele tem uma capa sobre os ombros, não dragonas.
A Justiça usa uma gola de renda branca ao invés de uma corrente de ouro. Um véu é renderizado como uma linha dupla ao redor do rosto dela. A cortina atrás dela tem uma forma única.
O Eremita parece um monge com uma corda de miçangas e uma cruz pendurada na cintura. Um capuz cobre a cabeça e sua bengala parece uma muleta.
Roda da Fortuna: A figura descendente no lado esquerdo da roda tem um rosto humano e uma cauda vermelha enorme. Um rei / Júpiter fica no topo da roda em um trono. A roda tem raios ornamentados que terminam em flores em alguns baralhos.
O leão em La Forza (A Força) levanta a pata para resistir à mulher.
O Enforcado usa uma jaqueta e saia curta, e sua perna esquerda está dobrada em alguns baralhos.
A Morte é semelhante à TDM, mas a natureza e a posição dos itens no chão variam de um baralho para outro.
Temperança: Plantas de cada lado da mulher são mais proeminentes, e vemos seus pés com sandálias.
O Diabo varia, às vezes com dois conjuntos de orelhas, ou um chapéu e orelhas ou chifres. Há um rosto grande em seu abdômen. Em alguns baralhos ele segura um talo de flor, que pode ser uma tocha estilizada.
A Torre é atingida pelo sol, pelas chamas e por um raio com ponta de flecha
Estrela: algumas cartas têm cinco estrelas pequenas, outras sete. Não há nenhum pássaro na árvore à esquerda.
A Lua é a mesma que a TDM, exceto por um baralho que tem uma igreja no lugar da torre esquerda.
O Julgamento / Anjo retrata quatro pessoas em perigo nas mesmas posturas do baralho Soprafino de Dellarocca.
Mundo: a mulher dança em um globo. A espessura e os materiais de sua guirlanda variam entre os baralhos. Uma pequena lua crescente está elevada na cabeça dela.
Paris da década de 1770 a 1780 foi um epicentro da mudança política e social. Alimentada pelos ideais de guerra da independência americana, a França sofreu uma revolução violenta e cataclísmica que limpou o país da monarquia e seu sistema de classe hierárquico. St. Germain e Conde Cagliostro ganharam entrada para os salões da classe alta com promessas sedutoras de riqueza rápida e vida eterna. Sociedades Mesmeristas dedicadas à cura magnética apareceram em cidades de toda a Europa, enquanto intelectuais estudaram a alquimia. Foram criaram sociedades secretas como a loja maçônica Egyptian-flavored Masonic, fundada por Cagliostro.
Enquanto os leitores abriam mão do Tarot de Marselha em favor dos decorativos baralhos Tarock, os membros de lojas esotéricas foram descobrindo que o TDM, com suas cartas ornamentadas de naipes italianos e trunfos enigmáticos, era um livro de sabedoria legada dos magos do antigo Egito. Nas mãos de ocultistas, o tarot, eventualmente, se tornou um dispositivo para a organização de uma grande quantidade de correspondências ocultas, e os trunfos TDM foram redesenhados para ilustrar estes ensinamentos esotéricos.
Ocultismo se refere a uma combinação de Gnosticismo, Alquimia, Astrologia e Cabala Cristã, que se reuniram na Renascença e, em seguida, se infiltraram através das lojas exotéricas do século 18 na França. O tarot se tornou parte deste conjunto quando ocultistas, inventaram histórias fantasiosas de antigos ritos de iniciação mística, realizados em câmaras, alinhadas com imagens de tarot, sob as pirâmides egípcias.
Esta nova maneira de olhar o tarot foi apresentada ao público em 1781, quando Antoine Court de Gebelin publicou um ensaio sobre o tarot em sua história do mundo antigo, Le Monde Primitif. Este ensaio é o primeiro documento escrito que corresponde cada trunfo a uma letra do alfabeto hebraico, e conta a história da invenção do baralho no Egito antigo. Sessenta anos depois, estas ideias vieram a dominar estudos de tarot, graças à enorme influência do mago Eliphas Levi.
Se você acredita que o tarot se originou no antigo Egito, então o simbolismo cristão medieval, como o Papa e o último Julgamento, deve ser uma corrupção anacrônica das imagens originais Egípcias e deveria ser removido do baralho.
No final do século 19, três tipos de baralho abordaram estes problemas.
Etteilla
Baralhos egípcios baseados em escritos de Paul Christian.
Baralhos cabalísticos com base nos ensinamentos de De Gebelin, Levi, Wirth e Papus.
Etteilla
Etteilla (1738-1791) era um leitor de cartas profissional e estudante de alquimia, que desenhou um baralho radicalmente novo. Foi mais longe do que qualquer tarot, revisando-o como um livro egípcio da sabedoria. Ele estava consciente da conexão Tarot-Cabala, mas preferia enfatizar astrologia e a literatura hermética em seu baralho, que não parecia particularmente egípcio.
As cartas são numeradas de 1 a 78, e os trunfos se desviam da ordem padrão do TDM. As cartas dos Arcanos Maiores têm significados divinatórios nas margens, tanto na posição normal, quanto na posição invertida. As cartas dos Arcanos Menores são divididas em um retângulo amarelo e azul, com símbolos de naipes no topo do segmento azul, e símbolos adicionais na parte inferior.
Etteilla é considerado o primeiro tarólogo moderno. Ele foi o primeiro a usar reversões, deitar as cartas em “tiradas”, ler as cartas como uma narrativa contínua e o primeiro a publicar significados divinatórios. Ele dirigiu uma escola de astrologia e tarot e publicou o primeiro livro sobre como ler tarot.
Embora Etteilla dirigisse uma escola de tarot, ministrou cursos por correspondência e tinha um grupo fiel de seguidores que continuaram seus ensinamentos depois de sua morte. Seu baralho e seus métodos de leitura eram muito pessoais e peculiares para se tornar popular. Sua escola acabou por morrer, mas seus ensinamentos ainda têm uma tremenda influência.
Seu significado divinatório das cartas influenciou muito os ocultistas ingleses S.L. MacGreggor Mathers e A. E. Waite, e são a base para a interpretação de várias cartas do baralho Rider Waite Smith. Recentemente, livros de bolso sobre como ler com o baralho de Etteilla têm sido publicados na França, desta forma este baralho pode estar experimentando um renascimento.
Tarot Egípcio
Em seu livro, de 1870, A História da Magia, Paul Christian descreveu 78 cartas egípcias de tarot. Em 1896, M.O. Wegener usou estas descrições para ilustrar o livro de tarot hermético de R. Falconnier. Este baralho egípcio seminal ainda é publicado como o Tarot Egípcio pela U.S. Games Systems Inc.
O livro Astrologia Prática (1901), do Conde de St. Germain, plagiou Christian e Falconnier, e serviu como modelo para o baralho Igreja da Luz, de C. Z. Zain e para o baralho de Tarot Egípcio de A. G. Mueller.
Os desenhos de Wegener também influenciaram os baralhos do século 20: Knapp-Hall, o baralho Irmandade da Luz, e o baralho Ibis, que é uma versão colorida do desenho de Wegener.
Em 1865, tarólogo profissional Edmond Billaudot desenhou um TDM Egiptanizado, na pena e na tinta, com base nos escritos de Paul Christian. É atualmente publicado pela Grimaud como Le Grand Tarot Belline. Ocultistas como Oswald Wirth e A.E. Waite também acrescentaram toque egípcios em seus baralhos para reconhecer a origem egípcia percebida pelo tarot.
Eliphas Levi: Tarot baseado na Cabala
Eliphas Levi escreveu um dos tratados mais influentes na história do ocultismo ocidental, Dogma e Ritual de Alta Magia Transcendental, publicado em 1856. A síntese de Levi sobre magia cerimonial, alquimia, cabala e tarot, com base na Cabala Cristã, de Athanasius Kircher, do século 16, se tornou o novo paradigma para ensinamentos esotéricos e mágicos europeus.
Levi associou cada trunfo do tarot com uma letra do alfabeto hebraico e colocou todas as 78 cartas sobre a Árvore da Vida. Seu ensinamento de que as quatro letras hebraicas do Nome de Deus são palavras supremas de poder foi usado, uma geração mais tarde, por Papus como base para um sistema completo de correspondências do tarot.
Quando as ideias de Levi migraram através do Canal Inglês, foram adotados
, com modificações, pela Golden Down (Aurora Dourada) e se tornaram a base do tarot esotérico nos países de língua inglesa. A correspondência das letras hebraicas de Levi pode ser vista em muitos baralhos contemporâneos, tais como de Knapp-Hall, Oswald Wirth, Universal Dali e Tarot of the Ages.
As descrições das cartas de Levi, que segundo ele, restauram o tarot a sua pureza original egípcia, teve enorme influência na evolução do tarot.
A.E. Waite incorporou muitos desses floreios egípcios no baralho Rider-Waite: a Imperatriz, com pés apoiados em uma lua crescente e o símbolo de Vênus na carta; os quatro símbolos dos naipes na mesa do Mago; esfinges puxando o Carro; a Alta Sacerdotisa usando os chifres de Ísis na cabeça; o quadrado e o triângulo na carta da Temperança; e o Diabo como Baphomet.
Oswald Wirth
Oswald Wirth (1860-1943), que nasceu na época em que Levi escrevia seus tratados mágicos, sistematizou os escritos densos e confusos de Levi sobre o tarot. Em 1889, ele desenhou um baralho baseado nas descrições das cartas de Levi, sob a orientação do ocultista Stanislaus de Guaita.
Em 1927, Wirth publicou Le Tarot des Imagiers du Moyen Age (o Tarot dos Artistas Medievais), seu compêndio ilustrado de tarot oculto e cabalista, com um baralho ligeiramente redesenhado.
A edição de 1966 do livro de Tchou Editeur tem um conjunto de 22 cartas fechado em um envelope, anexado dentro da capa traseira. Estas cartas foram desajeitadamente redesenhadas e recoloridas e, infelizmente, tem sido a base para todas as versões subsequentes do baralho. Os escritos de Wirth ainda são a base de estudos de tarot europeus e sua influência é penetrante.
Quando um ocultista inglês visitou Eliphas Levi, em Paris, em 1861, o resultado foi uma revolução no ocultismo inglês que levou a criação de muitos dos mais influentes baralhos de tarot do século 20.
Na próxima seção veremos como o tarot cruzou o Canal Inglês.
Uma sociedade secular pode achar que o ritual para invocar Guardiões do Norte seja tolo ou ilusório, mas pelo menos a Inquisição não iria mais enviar as pessoas para a Donzela de Ferro (instrumento de tortura medieval).
Até o final do século 19, o tarot era desconhecido nos países de língua inglesa, exceto para alguns estudiosos que sabiam ler francês e tiveram a paciência para desbravar os enormes volumes de Eliphas Levi.
Um inglês que fez exatamente isso, visitou Levi em Paris em 1861 e mudou o curso da história do Ocultismo inglês e do tarot. Kenneth MacKenzie retornou de sua visita inspirado a escrever uma proposta para uma loja ocultista, cujos ensinamentos e rituais seriam baseados em suas revisões do sistema de Levi.
Um baralho totalmente novo seria parte integrante destes ensinamentos. Após a morte de Mackenzie, em 1886, seus papéis foram adquiridos por dois ocultistas que usaram seus escritos para criar a Hermetic Order of the Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada). Se a viúva de Mackenzie tivesse queimado seus escritos, o tarot anglo-americano poderia ter se desenvolvido através das linhas de Etteilla ou Wirth. Ao invés disso, os Manuscritos Cifrados2 mudaram tudo.
O coração dos escritos de Mackenzie eram, supostamente, o antigo Manuscrito Cifrado e o Livro T. Estes manuscritos delinearam uma nova ordem mágica que seria chamada de Golden Dawn, cujos ensinamentos eram baseados na grande síntese do esoterismo ocidental de Levi, com algumas alterações importantes, e com uma maior ênfase no tarot.
O Livro T decifrou um novo conjunto de correspondências entre os trunfos do tarot, o alfabeto hebraico, caminhos da Árvore da Vida e astrologia. Este sistema diferencia o tarot esotérico anglo-americano das tradições do tarot continental de Etteilla, Paul Christian, Eliphas Levi, Wirth e Papus.
Em 1888, William Westcott e Samuel L. MacGregor Mathers lançaram a Hermetic Ordem of Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada). Este grupo de curta duração atraiu artistas e intelectuais, e se tornou a pedra fundamental para as lojas mágicas subsequentes em países de língua inglesa.
O complexo sistema de ensinamentos do tarot da Golden Dawn incluía tabelas de correspondências, utilização do tarot em trabalhos de magia e jogadas elaboradas para adivinhação. A Ordem “corrigiu” Levi, atribuindo a primeira letra do alfabeto hebraico para o Louco, ao invés do Mago, mudando assim, todas as correspondências das cartas adjacentes. Em seguida eles mudaram as cartas da Força e da Justiça para fazer estas correspondências mais plausíveis. O Cavaleiro se tornou a carta da corte mais poderosa, o Rei foi rebaixado e renomeado como o Príncipe e os Pajens se tornaram Princesas. Os dez números das cartas numeradas foram associados com as Sephirotes da Árvore da Vida, como em Levi, e também foram associados com os 36 decanos da roda do horóscopo e com os 72 anjos cabalísticos. Os trunfos foram designados para os caminhos na Árvore de Vida, e alguns foram redesenhados e renomeados.
O baralho oficial Golden Dawn, com base em descrições no Livro T, foi provavelmente desenhado pela esposa de Mathers, Moina, que tinha frequentado escola de arte. Cada membro era obrigado a fazer sua própria cópia, desenhando a mão, e colorindo de acordo com as orientações da Ordem.
Enquanto este baralho fazia parte dos ensinamentos secretos da Golden Dawn, ele não foi distribuído para o público e teve pouca influência na evolução do tarot. Neófitos que não tinham produzido um baralho colorido a mão, usavam um Tarot de Marselha. W. B. Yeats possuía um baralho publicado por Dotti em Milão.
Baralhos Golden Dawn
Depois que Israel Regardie diminuiu a relevância das lojas ocultas, através da publicação de todos os ensinamentos secretos da Golden Dawn e rituais da década de 1930, incluindo o texto completo do Livro T, não havia nenhuma razão para manter o baralho em segredo.
Na década de 1970, Regardie ajudou a reviver a Golden Dawn e trabalhou com os membros para criar baralhos, que serão discutidos no capítulo Ocultismo Americano.
O Tarot Hermético de Godfrey Dowson foi curado durante um período de reclusão e estudo intenso. Este baralho preto e branco, com simbologia rica, segue de perto o Livro T. O folheto que o acompanha é uma boa fonte de material sobre os ensinamentos da Golden Dawn.
Gareth Knight, o mais respeitado ocultista contemporâneo britânico, estabeleceu sua própria organização, The Servants of the Light (Os Servos da Luz), em 1973. Esta organização ainda oferecia cursos por correspondência na tradição Golden Dawn e produziu dois baralhos, o Gareth Knight Tarot desenhado por Sander Little, e o Servants of the Light Tarot criado pela presidente atual da organização, Dolores Ashcroft-Nowicki, com Jo Gill.
Thoth Tarot de Aleister Crowley
Aleister Crowley (1875-1940) entrou para a Golden Dawn em 1889 e contribuiu muito para o caos em torno da sua dissolução em 1902. Este bad boy do ocultismo dedicou sua vida ao sexo, drogas e magia cerimonial. Ele fundou várias sociedades ocultas, notadamente a Argentum Astrum (AA), em 1908 e a Ordo Templo Orientes (OTO), em 1910.
O Thoth Tarot de Crowley deve sua existência a Lady Freida Harris, esposa de um membro do Parlamento e membro de uma das organizações ocultas de Crowley.
Ela pediu-lhe para organizar seus pensamentos sobre tarot, e entre 1938 e 1942, criou pinturas a óleo para cada carta. O baralho tem uma sensação de Art Deco e ecoa muitos movimentos artísticos do início do século 20, como o Futurismo, Construtivismo e Raionismo. Cada carta é concebida utilizando Geometria Sintética Projetiva como ensinado por Rudolph Steiner, com linhas geométricas que se prolongam ao longo de várias cartas.
O Thoth Tarot tem as letras hebraicas, as correspondências astrológicas e as cartas da corte da Golden Dawn. Crowley renomeou as cartas da Justiça, Força, Temperança e Julgamento como Ajustamento, Volúpia, Arte e Aeon, respectivamente; e colocou a Justiça e a Força de volta ao seu local original como no Tarot de Marselha.
As pinturas a óleo de Lady Harris foram exibidas numa galeria de Londres em 1942, mas um baralho de boa qualidade não foi publicado até o final dos anos 1960. Nesta altura, o baralho Rider-Waite Smith já tinha selado sua posição como o baralho dominante na Inglaterra e na América, assim o baralho de Thoth permaneceu em seu próprio nicho.
O baralho mais influente do século 20 foi criado por outro membro da Golden Dawn. Vamos ver o baralho Rider-Waite-Smith na próxima seção.
Quando a Golden Dawn se dividiu em facções, ele criou sua própria ordem, a Fellowship of de Rosy Cross (A Irmandade da Rosa Cruz). Em 1909, criou o tarot Rider-Waite com a colaboração de Pamela Colman Smith, e escreveu o livro que o acompanha, The Pictorial Key to Tarot (PKT).
Pamela Colman Smith nasceu em Londres, de pais americanos, e passou parte de sua infância na Jamaica. Ela estudou arte no Pratt Institute de Nova York, e em seguida, excursionou com uma companhia de teatro inglesa, como figurinista e cenógrafa. Em 1901, adquiriu um estúdio em Londres, onde divertia seus amigos e literários por se fantasiar e contar contos populares Jamaicanos com um sotaque étnico, enquanto usava uma miniatura de teatro em papelão como suporte.
Durante o ponto alto de sua carreira, de 1890 a 1910, ela colaborou com W. B. Yeats e seu irmão, em vários projetos literários e teatrais; ilustrou folhas musicais, anúncios e livros para crianças; e publicou revistas literárias ilustradas. Ela também era conhecida por entrar em transe e canalizar desenhos enquanto ouvia música, muitos anos antes dos surrealistas tentarem com o automatismo na arte.
Em 1909, Waite pagou a Smith uma taxa fixa para ilustrar seu baralho de tarot. Ele a escolheu para o trabalho por causa de seu talento, sua presença comum na Golden Dawn e porque ele acreditava que suas habilidades de clarividência o ajudariam a perceber as mais altas verdades místicas que estava tentando transmitir com o seu baralho.
Ela não só não se beneficiou financeiramente do baralho, como o nome do editor foi colocado no baralho, ao invés do dela. Recentemente, a comunidade do tarot corrigiu esta injustiça, referindo-se ao baralho como o Rider Waite Smith (RWS) ou baralho Waite Smith (WS).
Sabemos que Smith fez uma pesquisa no Museu Britânico porque ela levantou algumas imagens diretamente do baralho Sola Busca do século 15, da coleção do museu (notadamente o 3 de Espadas e 10 de Paus). O baralho contém muitos ecos do estilo de ilustração de Smith, que mostra que ela tinha uma boa dose de autonomia na criação das imagens dos Arcanos Menores.
Embora ambos Waite e Smith tivessem sido membros da Golden Dawn, eles não criaram um tarot da Ordem. Waite baseou suas imagens dos Arcanos Maiores nas descrições egípcias dos trunfos de Eliphas Levi e Paul Christian, assim como no simbolismo cristão, e também atribuições astrológicas da Golden Dawn. Seus significados divinatórios puxam fortemente para Etteilla. As imagens dos Arcanos Menores ilustram uma miscelânea de influências de Etteila, do Livro da Golden Dawn, do baralho Sola Busca (do século 15), do museu britânico, e a própria imaginação de Smith.
Os Arcanos Maiores são baseados no Tarot de Marselha com floreios de descrições de Eliphas Levi e simbolismo pessoal de Waite. Os significados das cartas foram tirados parte da Golden Dawn e parte de Etteila. Mais importante ainda, Waite não associou o alfabeto hebraico às cartas, que é a essência do tarot ocultista. A falta de atribuições ocultas evidentes e o simbolismo cristão levaram este baralho para além dos baralhos ocultistas daquele tempo, tais como o baralho Egípcio e o de Oswald Wirth.
O baralho deve ter sido instantaneamente popularizado, uma vez que o livro e o baralho foram pirateados pela editora americana DeLaurence em 1916.
A U.S. Games, Inc. adquiriu os direitos exclusivos do nome Rider Waite em 1971. As lâminas originais foram destruídas durante a Segunda Guerra Mundial e os desenhos originais de Smith desapareceram, desta forma a impressão de 1971 da U.S. Games é, provavelmente, a mais próxima do original que está disponível hoje.
Antes de 1971, a University Press foi a maior editora de tarot dos EUA, produziu um baralho Rider-Waite facilmente identificável, com uma Cruz de Ansata no verso das cartas. O Albano Waite e o Universal Waite são versões do baralho da U.S. Games de 1971. Em 2009, para comemorar o aniversário de 100 anos de Smith, a U.S. Games lançou um conjunto de livro e baralho baseados num baralho de 1909, de uma coleção privada.
O Rider-Waite-Smith tem inspirado centenas de derivados como os baralhos Morgan Green, Robin Wood, Hanson Robert, Hudes e Aquarian. Ele tem permeado os tarots anglo-americanos e se tornou o paradigma e a pedra fundamental, através da qual pensamos sobre o tarot.
Os criadores de tarot se sentem compelidos a prestar homenagem a este baralho, modelando seus desenhos nele. A maioria dos LWBs – Little White Books, (pequenos livros brancos que acompanham os baralhos) usam os significados do RWS, mesmo quando eles não correspondem às cartas que o acompanham.
Os baralhos com cenas ilustradas nas 78 cartas, que facilitam uma abordagem psicológica e de livre associação na leitura, foi a grande transformação do tarot.
Na próxima seção, o tarot salta do Atlântico para os Estados Unidos.
O capitalismo, o populismo e a abertura democrática caracterizaram o cenário do tarot americano no início do século 20.
Se quisessem saber mais sobre o tarot, não era mais preciso que se filiassem a uma sociedade secreta. Em 1920, poderiam assistir uma das palestras públicas de Paul Foster Case ou comprar seu curso por correspondência.
A Brotherhood of Light (Irmandade da Luz) de C.C. Zain também oferecia lições pelo correio. Autodidatas poderiam comprar um RWS pirata da editora DeLaurence e aprender a ler com a edição, também pirata, do livro de Waite Pictorial Key to the Tarot (A Chave Pictórica para o Tarot).
Em 1917, F. Homer e Harriette Curtiss, seguidores de Madame Blavatsky, ilustraram o primeiro livro de tarot americano The Key to the Universe (A Chave para o Universo), com os baralhos de Wirth, Falconnier-Wegener, Tarot de Marselha e Rider-Waite-Smith.
O tarot chegou na América do Norte no início do século 20, rompido com suas raízes italianas e envolto em uma aura de esoterismo.
Em 1915, todos os maiores baralhos e tradições haviam migrado para os EUA:
O baralho Egípcio Esotérico de Falconnier e Wegener, baseado nos escritos de Paul Christian.
O baralho de Oswald Wirth, baseado nas descrições de Eliphas Levi.
O Tarot de Marselha.
A Ordo Templo Orientis e seu Thoth Tarot.
A Ordem Hermética Golden Dawn.
O Tarot Rider-Waite-Smith.
Vamos ver como cada tradição foi adaptada para o cenário Norte Americano.
Baralhos Egípcios
O primeiro estilo de tarot a ganhar uma posição na América do Norte foi o Tarot Egípcio, desenhado pelos ocultistas franceses Falconnier e Wegener em 1890, baseado nos escritos de Paul Christian.
Em 1919, C.C. Zain (Elbert Benjamine 1882-1951) usou o Tarot Egípcio de Wegener nas lições por correspondência na sua Brotherhood of Light. Esta foi a primeira vez que os ensinamentos de Paul Christian estiveram disponíveis em inglês. Em 1936 o baralho foi redesenhado por Gloria Beresford sem alterações significativas, em seguida, redesenhado mais uma vez 1994 e lançado como The Sacred Tarot (O Tarot Sagrado). Agora chamada de Church of Light (Igreja da Luz), a organização ainda oferece cursos por correspondência de Zain.
Parece que cada geração se apropria do baralho Egípcio para seu próprio uso. Em 1930, John Dequer usou o Tarot Falconnier-Wegener para ilustrar seu livro Arrows of Light from de Egyptian Tarot (Setas de Luz do Tarot Egípcio).
Em 1951, o estudante de Dequer, George Fathman, usou o baralho para ilustrar seu livro The Royal Road (A Estrada Real). Em 1967 Doris Dane, uma graduada da escola esotérica de Zain, usou o mesmo baralho para ilustrar seu livro How to Read Tarot Cards (Como Ler Cartas de Tarot). Em 1973, Lynn Buess usou um baralho egípcio redesenhado para seu livro The Tarot and Transformation (O Tarot e a Transformação).
Tarot de Oswald Wirth
Wirth, um dos gigantes do tarot francês, teve continuidade no mundo de língua inglesa. Em 1889, ele desenhou um baralho de tarot de acordo com as especificações de Eliphas Levi – um Tarot de Marselha com floreios cabalísticos e egípcios e letras hebraicas impressa nas cartas. Os ensinamentos de Wirth sobre como ler tarot foram traduzidos para o inglês e publicados nos Estados Unidos na década de 1980, como Introduction to the Study of the Tarot (Introdução ao Estudo do Tarot).
Dois outros livros, escritos na Europa e traduzidos para o inglês, foram ilustrados com o baralho de Wirth: The Wisdom of the Tarot (A Sabedoria do Tarot) por Elizabeth Haich e o Tarot of the Bohemians (Tarot dos Boêmios) por Papus.
Na década de 1920, Augustus Knapp começou sua colaboração com Manly P. Hall, fundador da Philosophical Research Society (Sociedade de Pesquisa Filosófica), que resultou no baralho Knapp-Hall, publicado em 1978. Este baralho é uma mistura de desenhos egípcios de Wegener e o baralho de Oswald Wirth.
O Tarot de Marselha
O Tarot de Marselha foi o último estilo a pegar na América do Norte e teve a menor influência. Na verdade, o baralho Rider-Waite-Smith dominou tanto o tarot Norte Americano, que muitos estudantes de tarot nem sabem que existe o TDM.
Rolla Nordic, uma bruxa e estudante britânica do Insight Institute de Frank Lind, mudou-se para Nova York no início dos anos 1960 e produziu o primeiro TDM atualizado. Seu baralho preto e branco, desenhado por Paul Mathison, tem uma sensação de arte popular e foi concebido para ser colorido por seus alunos.
Seu livro de 1960, Tarot Shows the Path (O Tarot Mostra o Caminho), traz os significados das cartas e técnicas de leitura. Alguns de seus alunos publicaram livros ilustrados com seu baralho: Tarot of the Magi de Carlyle Pushong, Numerology with Tarot de Sandor Konraad; e Evolution Through the Tarot de Richard Gardner.
Conforme os americanos tomavam conhecimento da história do tarot, eles ficaram curiosos sobre a possibilidade de ler com baralhos históricos e criou-se um mercado para reproduções históricas de baralhos franceses e italianos.
Artistas como Kris Hadar e Rodes & Sanchez tem seguido o exemplo de países Nórdicos e redesenharam o TDM para lhes dar uma aparência mais moderna e fresca. Editoras como Fournier, Cartes France e France Jeux têm criado baralhos com um toque contemporâneo e cores mais vivas.
Thoth Tarot
Embora Aleister Crowley fosse inglês, seu baralho tem uma forte ligação americana. Crowley passou a Primeira Guerra Mundial fazendo turismo pelos EUA e Canadá, fazendo contatos e adquirindo discípulos.
Em 1914 um seguidor, conhecido como Frater Achad, fundou a primeira O.T.O (Ordo Templi Orientis) em Vancouver, B.C., e escreveu extensivamente os ensinamentos de Crowley.
O Tarot de Thoth não esteve disponível ao público até 1969, quando G. L. McMurtry, o chefe americano da O.T.O, fotografou um baralho e publicou uma versão de má qualidade.
Versões posteriores do baralho publicadas pela U.S. Games e Weiser foram impressas a partir das fotos das pinturas a óleo originais.
A influência do Tarot de Thoth pode ser vista em muitos baralhos contemporâneos: Cosmic Tribe de Stevie Postman, Rohrig, Voyager de James Wanless, Cosmic Tarot de Norbert Losche, and Tarot of the Spirit de Pamela Eakins.
A Ordem Hermética da Golden Dawn
A Golden Dawn se estabeleceu nos EUA no início do século 20 com templos em Nova York e algumas outras cidades.
Israel Regardie (1907-1985), que havia sido secretário de Crowley nos últimos 20 anos e membro da Stella Matutina, de Dion Fortune, uma derivação da Golden Dawn, emigrou para os EUA em 1937, onde publicou todos os rituais da Golden Dawn e a sabedoria do tarot.
Regardie então se tornou um terapeuta reikiano e desapareceu do ocultismo até os anos 1970, quando voltou para ajudar a reviver a OTO, fundando templos na Geórgia e Los Angeles.
Nos anos 1970 e 1980, Regardie colaborou com vários membros da OTO para criar The Golden Dawn Tarot (Robert Wang), The Golden Dawn Magical Tarot (Chic and Sandra Cicero) e o New Golden Dawn Ritual Tarot (templo OTO em Los Angeles).
Paul Foster Case e o B.O.T.A.
Depois de deixar a filial da Golden Dawn em New York, Paul Foster Case dedicou sua vida a fazer com que o tarot fosse acessível a todos, dando palestras públicas, vendendo curso por correspondência e escrevendo numerosos artigos, panfletos e livros sobre tarot.
Na década de 1920, fundou o Builders of the Adytum (B.O.T.A.), cujos ensinamentos eram muito similares aos da Golden Dawn. Em 1931, Case encomendou um tarot para o BOTA do ilustrador comercial Jesse Burnes Parke, que acabou por ser muito parecido com o baralho RWS., para sua decepção.
Sua carreira culminou em 1947 com seu livro The Tarot (O Tarot), uma compilação de fácil leitura e sem jargões dos seus ensinamentos.
O BOTA ainda está ativo e oferece um treinamento esotérico rigoroso, por curso por correspondência.
O Tarot Rider Waite Smith
Em 1918, a editora Americana DeLaurence começou a piratear o baralho Waite Smith e o livro de A.E. Waite, A Pictorical Key to the Tarot.
O baralho e o livro se tornaram rapidamente as publicações de tarot mais populares nos países de língua inglesa. Em 1969, se tornaram ainda mais onipresentes quando foram adquiridos por uma grande editora, University Press.
Nos anos 60 e 70, os livros de grande sucesso, de Eden Gray, que ainda são impressos, disseminaram ainda mais o baralho de Waite e os significados das cartas. Até meados do século 20, o baralho Waite Smith tinha se tornado o padrão americano e a pedra fundamental para o desenvolvimento de futuros baralhos.
O cenário do tarot norte americano esteve bastante dormente de 1930 a 1950.
A loja de departamento Macy’s tinha um baralho de tarot, presumivelmente um RWS, em meados da década de 1950. Logo, deve ter havido um mercado para o tarot entre a população em geral.
Até o final dos anos 1950, a seleção de livros era muito estreita e quase todos tinham suas raízes nas tradições esotéricas do século 19. Este cenário estagnado explodiu nos anos 1960 com um tarot desapegado do esoterismo e que se tornou acessível a um público mais vasto.
Na próxima seção veremos como o tarot se tornou uma fixação na cultura popular americana.
Vamos recapitular a primeira metade do século 20, para ver por que 1959 e 1960 foram um divisor de águas para o tarot americano.
As duas primeiras décadas do século 20 foram uma época de mudança social maciça. Eleitores se agitavam pelo voto, Freud escreveu e fez palestras sobre sexualidade e inconsciente, Marcel Duchamp pendurou um mictório numa galeria e chamou de arte, Kandinsky criou as primeiras pinturas abstratas, e Mary Pickford foi a primeira estrela internacional de cinema. Naquela época, você poderia acelerar seu Ford Model T, fazer uma viagem e trazer para casa fotos instantâneas tiradas com sua câmera Kodak Brownie.
Esta atmosfera de abertura e exploração foi transportada para a vida espiritual. Durante a adolescência e a juventude, buscadores espirituais se afiliaram à Sociedade Teosófica, estudaram tarot em templos da Golden Dawn e leram The Pictorial Key to the tarot, de Waite.
Poucos aventureiros se ligaram a Aleister Crowley durante sua turnê Americana de 1914 a 1917. Em 1920, três americanos tinham reembalado a sabedoria esotérica tradicional em cursos por correspondência. P. F. Case ensinou sua versão do sistema da Golden Dawn através de The Builders of the Adytim. C. Z. Zain preservou a tradição esotérica francesa, como ensinado por Paul Christian, em um formato similar. Homer e Harriette Curtiss, autores do primeiro livro americano de tarot, fundaram a Order of Christian Mystics e também uma editora para disseminar seus ensinamentos através de curso por correspondência.
A metade do século 20 foi uma época de desenvolvimento tranquila. Case e Zain continuaram oferecendo cursos por correspondência e os livros de tarot de Curtiss vendiam continuamente. Israel Regadie abriu os segredos internos da Golden Dawn para todos verem. Os baralhos Knapp-Hall e Thoth estavam sendo trabalhados, mas não estariam disponíveis para o público até muito mais tarde.
Gertrude Moakely publicou seu estudo inovador sobre as raízes medievais do tarot, mas apenas seus companheiros estudiosos sabiam disso. Na França, Paul Marteau distribuiu largamente os estudos de tarot ignorando correspondências ocultas e instruindo seus leitores a prestar atenção às imagens e simbolismos das cores do Tarot de Marselha. Na Grâ-Bretanha, a Lei da Bruxaria foi revogada, abrindo o mercado para publicações e venda de baralhos de tarot.
Vários estilos de baralhos estavam em circulação no início do século 20, mas o Rider Waite Smith deixou os outros na poeira rapidamente, graças a sua disponibilidade e desenho amigável.
Em meados do século, dois eventos definiram o cenário para uma mudança radical de paradigma.
Em 1959, a University Books começou a imprimir o baralho Waite Smith e o livro The Pictorial Key to the Tarot, tornando-os mais acessíveis ao púbico em geral.
Então, em 1960, Eden Gray publicou seu primeiro livro, Tarot Revealed: A Modern Guide to Reading de Tarot Cards (O Tarot Revelado: Um Moderno Guia para Ler Cartas de Tarot). O livro de Gray, com suas instruções simples e diretas, se tornou o modelo para futuros livros “como fazer leituras de tarot”. Antes de Gray, as instruções para leituras, tiradas e significados divinatórios eram um adendo colocado no final de livros esotéricos. Depois de Gray, o tarot se tornou amigável e acessível.
O Tarot Relealed repaginou o The Pictorial Key to the Tarot (PKT), sem o misticismo. Cada carta foi ilustrada com desenhos levantados do PKT e acompanhados pelos significados da posição normal e invertida descritos em um tom mais pé no chão. O livro incluía uma amostra de leitura usando a Cruz Celta. Os três livros de Gray sobre tarot eram muito populares a ainda estão sendo impressos. Graças a estes livros, o baralho de Waite, seus significados e a leitura Cruz Celta começaram a ser identificados com o tarot anglo americano.
Em seu livro, Gray insistia que qualquer pessoa poderia aprender a ler cartas. O sucesso como leitor dependia do seu nível de desenvolvimento intuitivo e compreensão psicológica. Esta foi uma mudança radical de paradigma!
Não era preciso saber a “correta” letra hebraica e a correspondência da árvore da vida para entender uma carta. Não precisava ser um adepto espiritual para fazer uma leitura. Tudo o que era preciso era um baralho de RWS, o livro de Gray para referência, uma mesa de cozinha e algum senso comum e empatia.
Durante os anos 1960, o tarot esteve mais disponível para a população em geral, com exceção de Eden Gray, a maioria dos livros de tarot da década de 60, voltaram a olhar para as tradições esotéricas de décadas anteriores.
Gareth Knight, atualmente um dos mais influentes ocultistas dos países de fala inglesa, começou sua carreira de editor em meados da década de 60. O livro de Oswald Wirth foi reeditado em francês com um conjunto de 22 trunfos em 1966.
Mouni Sadhu, Mayananda e Idries Shah ligaram o tarot a várias tradições espirituais em suas publicações.
Até Eden Gray converteu-se para o paradigma esotérico. Seu livro de 1970, A Complete Guide to the Tarot (Um Guia Completo para o Tarot) continha capítulos sobre atribuições de numerologia, cabala e astrologia, para as cartas, da Golden Dawn.
A bibliografia foi dominada pelos ocultistas com um pé no século 19, tais como Waite, Papus e P. F. Case. O leitor era levado a acreditar que as correspondências da Golden Dawn eram verdades universais, estabelecendo um precedente para que os autores repetissem esse sistema de correspondências, até que se tornaram leis inquestionáveis.
Em 1968, Frankie Albano recoloriu o baralho Rider Waite Smith em cores fortes, quase psicodélicas. No ano seguinte, David Palladini publicou seu Aquarian Tarot, uma revisão do RWS. Estes baralhos começaram uma avalanche de RWS recoloridos, adaptações e derivações que confirmaram este baralho como padrão americano, e começou uma tendência criativa que não diminuiu mais.
Em 1969, Stuart Kaplan, proprietário da U.S. Games, Inc, imprimiu seu primeiro baralho de tarot.
Seus baralhos contemporâneos, RWS, derivados, reproduções históricas e enciclopédias de tarot revolucionaram o mundo do tarot, fazendo coleções de baralho possíveis a qualquer um.
No final dos anos 60, a leitura de tarot tinha se tornado mais livre e intuitiva. Mas o RWS ainda era o baralho prontamente disponível, e qualquer um podia aprender a ler, aprendendo as interpretações “corretas” das cartas, de Eden Gray, ou outro livro de bolso.
Então em 1968, a publicação de um baralho radicalmente novo inaugurou a era do tarot pós-moderna.
The New Tarot: The tarot for the Aquarian Age (O Novo Tarot: O Tarot para a Era de Aquário) de John Cooke e Rosalind Sharpe foi canalizado através da tábua Ouija. A introdução do livro afirma que as imagens de tarot são símbolos arquetípicos de processos inconscientes, que podem servir para tornar visível, o que estava escondido no subconsciente. O livro termina com a afirmação, muito radical, que todo homem acha seus próprios símbolos de tarot.
Esta foi uma enorme mudança de paradigma. Estudar tarot já não significava comprar um baralho RWS e memorizar os significados das cartas de um livro.
De acordo com Cooke e Sharp, os significados das cartas já estão em nosso subconsciente à espera de serem desbloqueados pela magia da imagem do tarot. Não é mais necessário ficar confinado a trabalhar com um baralho que se encontra numa prateleira. Se uma entidade espiritual ou seu próprio guia interior, lhe inspira a criar seu próprio baralho, então faça isso! Suas ideias são tão válidas quanto as de Wirth ou Waite. Na verdade, elas são muito mais válidas, porque a consciência mundial está evoluindo, pedindo novas imagens para novos tempos.
Na próxima seção daremos uma olhada no tarot pós-moderno.
Nas últimas décadas o tarot se expandiu até compartilhar muitas características com a arte pós-moderna. Então qual é o pós-modernismo do tarot?
A premissa básica do pós-modernismo é …
Não há significados fixos.
Os significados dependem do contexto e sobre o que o leitor traz para o texto ou imagem. Não há nenhuma maneira “certa” para interpretar uma carta. Ao invés de memorizar significados dados a partir de um livro, o leitor se envolve diretamente com a imagem da carta e permite que ela se revele por ela mesma.
Os significados das cartas são fluidos e mudam com as cartas ao redor, com a questão e com o contexto. Interpretações pessoais tem precedência sobre autoridades, até mesmo sobre o desenhista do baralho.
Até os anos 70, os livros sobre como ler tarot traziam o significado “correto” das cartas. Compare isto com o manual inovador de Mary Greer, de 1984, Tarot for Yourself (Tarot para si mesmo), que guiava o leitor através do processo de desenvolvimento de um relacionamento pessoal com as cartas.
Se o entendimento das cartas pelo aluno é tão válido quando dos especialistas, o caminho está pavimentado para….
O estilo de leitura interativa
Ao invés de interpretar uma tirada em um fluxo de informação unidirecional, o leitor ajuda o cliente a desenhar seu próprio significado a partir da tirada. Não importa o quão experiente ou bem informado seja o tarólogo, não se presume que ele saiba, melhor do que o cliente, como aplicar as cartas para a vida do próprio consulente.
Richard Roberts demonstrou esta técnica em um livro de leituras transcritas, em 1971, Tarot and You (O Tarot e Você), que influenciou Mary Greer. Um amigo de Joseph Campbell e devoto de Carl Jung, escreveu que o sucesso de uma leitura depende do nível de consciência e do desenvolvimento pessoal do leitor, e não do conhecimento do significado das cartas.
Embora sua intenção fosse incentivar o cliente a chegar as suas próprias conclusões, na prática, ele se antecipou e interpretou a carta antes de permitir que seu cliente falasse. Os clientes geralmente acabavam concordando com ele, talvez porque não quisessem contradizer uma figura de autoridade. Era necessário um psicólogo, que usa o tarot, para implementar a intenção de Robert e dar leituras verdadeiramente interativas.
Em seu livro Tarot and Psychology (Tarot e Psicologia), Arthur Rosengarten dá alguns exemplos muito comoventes sobre como as imagens do tarot, com a mínima ou nenhuma interpretação dele, causou mudanças dramáticas na compreensão de seus clientes.
Algumas características da arte pós-moderna aplicada ao tarot
Apropriando-se do passado.
Como uma releitura de uma sitcom dos anos 50 ou fazendo uma imitação de uma música dos Beatles, desenhistas de tarot remontaram o Rider Waite Smith infinitamente, aprimorando-o para alcançar a vários grupos de interesse de Gays, a Selvagens, a Druidas, mantendo sua forma original.
Nenhuma distinção entre a alta e baixa cultura.
Jogar cartas e adivinhação são considerados “baixa cultura”. Baralhos feitos no estilo dos antigos mestres como Da Vinci, Bosch e Botticelli zombaram destas distinções culturais.
Por outro lado, baralhos ilustrados como história em quadrinhos e Mangá, exaltaram a cultura pop em um meio que muitos acreditam estar destinado a transmitir verdades espirituais.
Fragmentação e Colagem
A colagem foi usada pela primeira vez na arte de Picasso e Braque por volta de 1903. O primeiro baralho neste estilo feito para atingir o mercado de massa, talvez seja o Secret Daikini Oracle,
de Penny Slinger, de 1976 (também conhecido como Tantric Tarot).
O Voyager tarot, por James Wanless é o máximo em fragmentação. Cada lâmina é um conglomerado de imagens centradas no tema da carta. Kat Black (Golden tarot e Touchstone Tarot) pega fragmentos fora de contexto, de antigos mestres da pintura, e os combina perfeitamente para criar uma entidade completamente nova, que não tem relação com as obras primas originais.
Paródia e Ironia
O baralho modelo pós-moderno pode ser o Housewives Tarot (Tarot das Esposas), de Paul Kepple e Jude Buffum.
Anúncios de revistas femininas da década de 50 são apossados, colados e usados em um contexto interinamente novo, enquanto faz paródia da imagem da dona de casa, feliz, desmaiando sobre sua máquina de lavar louças Maytag.
Ênfase nas aparências
Quando a arte é liberada de transmitir um significado, a beleza superficial torna-se primordial. Os baralhos ficaram lindos enquanto o significado se tornou secundário.
Fragmentação Social e Diversas Subculturas
Bruxaria e Paganismo
No final dos anos 60 e início dos 70, autores proeminentes da comunidade de bruxaria, como Sybil Leek, Leo Martello, Paul Huson e Arnold e Patricia Crowther, publicaram livros ligando o Tarot e a Arte da Bruxaria. Baralhos de Bruxas não apareceram até a década de 80.
Entre os primeiros estão o Barbara Walker Tarot, publicado pela U.S. Games, Inc. em 1986 e o Witches Tarot, de Ellen Cannon Reed e Martin Cannon, publicado por Llewellyn em 1989.
Os Movimentos Feministas e da Deusa
No final dos anos 70, vários membros da Santa Cruz, um círculo de mulheres da Califórnia, experimentaram uma explosão de atividade criativa que resultou em numerosos baralhos da Deusa e baralhos orientados a mulher. Alguns nomes que aparecem em muitos baralhos são Flash Silvermoon, Billie Potts, Shekinah Mountainwater e Ffiona Morgan.
A maioria destes baralhos eram auto publicados ou tinham uma pequena tiragem. O primeiro baralho feminista/deusa popular foi o Motherpeace, criado em 1978 por Vicky Noble, Karen Vogel e Lily Hillwomyn, auto publicado em 1981, e publicado pela U.S. Games, Inc. em 1983. O primeiro livro a ter uma abordagem feminista do tarot apareceu em 1976: A Feminist Tarot, de Gearhart & Rennie. Este não foi uma revisão radical do tarot, mas sim um livro de transição reinterpretando o Rider Waite Smith com uma inclinação feminista.
Multiculturalismo e Estilos de Vida Alternativos
O final do século 20 viu a criação de baralhos para cada estilo de vida, de gays a góticos, pagãos. Os escritores famosos e a sensibilidade europeia foram destronados como ponto de vista padrão. Baralhos baseados em várias mitologias e culturas mundiais floresceram.
O Xultun Tarot, publicado em 1976 por Peter Balin, é provavelmente o primeiro baralho baseado em uma cultura não-europeia.
Qual é o futuro?
Prevemos o futuro extrapolando o presente; no entanto, a mudança de cultura geralmente sai pelo lado errado, apresentando modelos de futuro ridiculamente desatualizados.
Inovações imprevistas vão transformar o tarot em modos que não podemos prever. Porém, aqui está uma lista de tendências que provavelmente pode acontecer num futuro previsível.
Como a tecnologia de auto publicação se torna mais acessível, veremos mais pequenas edições de baralhos, de artistas expressando sua visão pessoal.
A mania de colecionar não irá diminuir. A demanda será recebida por baralhos auto publicados e editoras como a Lo Scarabeo que comissiona os artistas para criar baralhos.
O tarot será mais global e mais fragmentado ao mesmo tempo. A tecnologia da informática permitirá às pessoas expressarem seu simbolismo pessoal no tarot, e a mesma tecnologia vai permitir que os artistas comercializem seus baralhos auto publicados globalmente.
O tarot Rider Waite Smith está arraigado, hoje em dia, como o baralho padrão na Inglaterra e América do Norte devido ao grande número de baralhos e os livros “como ler tarot”, que o usam como modelo.
O estilo de leitura interativa, facilitada por baralhos totalmente ilustrados, está se infiltrando em regiões como a América Latina e a França, que têm tradições muito diferentes de tarot.
As pessoas que combinam o tarot com um interesse especial, como Cabala, Cátaros3 ou A Lenda do Graal (como historiadores extremistas que não aceitam qualquer coisa sem documentação estanque), estão encontrando um ao outro na internet e formando seu próprio grupo informal de interesses.
O tarot será cada vez mais usado para trabalhos de magia, talismãs, visualizações guiadas e inspiração criativa. As leituras serão apenas um dos muitos usos do tarot.
O tarot vai se tornar mais profissionalizado. Talvez vá na direção da astrologia, com profissionais, associações, escolas, cursos e conferências internacionais com a participação de centenas de pessoas.
Cada um de nós influencia o futuro do tarot com baralhos e livros que compramos, com nossas postagens em blog, com as conferências e aulas que escolhemos assistir. Herdamos uma antiga, florescente tradição.
Qual parte da herança você quer preservar? Qual futuro você está criando para o tarot?
Datas | Fatos históricos |
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1215 | Primeiras fábricas de papel na Itália. |
1356-74 | Petrarca escreve o poema I Trionfi , em parte enquanto esteve no Tribunal Visconti em Milão. O conceito de um cortejo de figuras alegóricas “triunfando” ou derrotando a figura precedente foi a base do jogo Trionfi. |
1370 | A impressão por blocos começa na Alemanha e surge na Itália várias décadas depois. |
1370 | As cartas de baralho estilo Mamluk entram nos portos italianos e espanhóis. O desenho árabe é europeizado para se tornar os naipes de espadas, bastões, taças e moedas (os naipes italianos) e as cartas da corte tornam-se rei, rainha, cavaleiro, valete. |
1371 | Espanha – Primeira referência escrita ao jogo de cartas na Europa, conhecida como naip. |
1377 – 1460s | Aparecem numerosas referências escritas sobre jogo de cartas na Itália, França, Alemanha, Bélgica: nas leis da cidade contra o jogo, livros de contabilidade de aristocratas, inventários de comerciantes. Inicialmente referido como cartas sarracenas ou mouras (naibi, nahipi, naipbi, naibbi). Mais tarde, na Itália, os baralhos de Tarot são chamados carte da Trionfi. |
1380 | Primeira referência a um fabricante de cartas pelo nome: Rodrigo Borges de Perpignan, França, chamado de “naipero”. |
1392 | Uma lista no livro de contabilidade de Charles VI, Rei da França, refere-se a 3 pacotes de cartas douradas e coloridas, encomendadas do pintor Jacquemin Gringonneur. Essas cartas regulares de baralho foram, por engano, associadas a um baralho de Tarot na Biblioteque Nationale, em Paris, na realidade elas foram criadas em Ferrara no final dos anos 1400. Este baralho ainda é erroneamente chamado de “baralho Charles VI”. |
1422 e 1423 | Os livros de contabilidade do pintor Sagramoro, de Florença, mostram-no encarregado de restaurar e criar baralhos luxuosos decorados com ouro, lápis-lazúli e tintura de pau-brasil para a Marquesa Parisina, de Ferrara. Ela era uma compradora entusiasta, mas tinha que sair de Ferrara para comprar os baralhos, por pelo menos mais uma década. Sagramoro ainda estava fornecendo cartas à corte de Ferrara em 1456. |
1424 | A Marquesa Parisina pede dois pacotes de cartas baratos para suas filhas. Esta pode ser a primeira evidência de que cartas baratas impressas estavam sendo produzidas. |
1425 | Nesta data o Duque de Milão, Filippo Maria Visconti, encomendou um jogo de cartas alegórico baseado em virtudes e tentações. Cada naipe tinha quatro trunfos extras. |
1436 | Referência escrita a uma prensa de cartas do Duque D’Este de Ferrara. |
1440 | Primeira referência escrita que cita especificamente o Tarot. Um registro num jornal menciona um baralho criado em Florença. |
1441 | Francesco Sforza, futuro duque de Milão, casa-se com Bianca Visconti. Possivelmente, essa foi a ocasião para a criação do Tarot Cary-Yale, já que o baralho tem dispositivos heráldicos de ambas as famílias. Este e o baralho Brera-Brambilla têm moedas cunhadas pelo pai de Bianca, Filippo Maria Visconti, de modo que os dois baralhos foram feitos antes dele morrer, em 1447. Os registros de Milão foram destruídos em um incêndio em 1447, por isso não temos registros que mostram a compra cartas, como temos em Ferrara. |
1441 | A última data possível para a invenção do Tarot. Pode ter sido já em 1420. |
1442 | O Tarot aparece em um livro de contas de Ferrara: “Encomendado de Sagramoro – pinturas de taças, moedas, espadas, cassetetes e figuras para quatro pacotes de Trionfi”. |
1442 | De acordo com os livros de contabilidade do Marquês de Ferrara, ele comprou de um comerciante, dois pacotes de cartas Trionfi para seus irmãos mais novos. Pagou uma pequena quantia de dinheiro, mostrando que o Tarot era uma mercadoria produzida em massa e de fácil compra. |
1450 | Francesco Sforza é coroado Duque de Milão. Possivelmente a ocasião da criação do baralho do Pierpont Morgan Bergamo, porque tem emblemas de Sforza e de Visconti. Cartas de substituição (ou adicionais) foram feitos em Ferrara por volta de 1470. |
1450 | Francesco Sforza escreve uma nota solicitando dois baralhos de “carte da trionfi“ (trunfos), ou, se não estivesse disponível, “carte da giocare” (baralho). Ele queria “o melhor que você pode encontrar” e precisava deles no domingo. Isso mostra que havia um baralho Trionfi padrão que não precisava ser descrito, e que era facilmente comprado. |
1452 | Sigismondo Malatesta, Lord de Rimini, solicita a Bianca Sforza obter um baralho de cartas de triunfo para ele, de um dos célebres artistas de Cremona. Isso pode ser uma evidência de que, o baralho pintado à mão Sforza, estava sendo copiado por outros artistas. |
1450s | O jogo de cartas era muito popular nos tribunais do norte da Itália. Um grande afresco de jogadores de Tarocchi é pintado em uma parede do Castelo Borromeo, em Milão. |
1454 | Os livros contábeis do Conde Borso de Ferrara mencionam um par de blocos de impressão para cartas. As prensas, de sua propriedade, estavam produzindo cartas de baralho baratas em massa. |
1456 e 1457 | O Conde Borso encomendou ao artista Da Vicenza a criação de dois baralhos muito luxuosos de “carte grande da Trionfi”, com 70 cartas. Este foi um jogo Trionfi diferente do Tarot, ou mostra que alguns baralhos de Tarot tinham apenas 14 trunfos. Da Vicenza produziu vários baralhos para a corte de Ferrara até 1463. |
1459 | Os registros mostram que o Duque Borso emprestou blocos para imprimir trunfos. |
1459 | Primeira referência ao Tarot em Bolonha. |
1465 | O Conde Boiardo de Ferrara projetou um baralho de Tarot baseado no amor com um poema para cada carta. |
1466 | O modelo mais antigo de cartas de baralho italianas. Uma folha não cortada, encontrada na encadernação de livros, publicados em 1466 e 1469, tem naipes de moedas, taças e fragmentos de cartas da corte. |
1470 | Primeira data possível para o Steele Sermon,, o “Sermones de Ludo Cum Aliis”, escritos por um padre que pregava contra dados e jogo de cartas. Ele listou os trunfos de Tarot essencialmente na mesma ordem que ainda usamos. |
1470s | Muita atividade na criação de Tarot em Ferrara: o baralho D’Este, pintado à mão, agora está na coleção Carey; o chamado baralho Charles VI / Gringonneur, que está em Paris na Bibliothèque Nationale; as cartas de substituição (ou adicionais) para o baralho Pierpont Morgan Bergamo Visconti-Sforza, de 1450; e cartas pintados à mão e em bloco, que agora fazem parte da coleção Rothschild no Louvre. |
1477 | Referências escritas à fabricação de cartas de jogo e trionfi em Bolonha. |
1480 | Os naipes franceses aparecem. A maioria dos jogos de cartas se converte em naipes de copas, paus, ouros e espadas, que são mais fáceis de serem estampados em cartas produzidas em massa. A Itália se apega a naipes mais antigos, especialmente para os jogos de Trionfi e Minchiate. |
1482 | Primeira referência na França para as cartas “Triumphe” , mas não é certo se eram cartas de Tarot padrão. |
1491 | Ferrara. Criação do baralho Sola Busca, com gravação em cobre, desenhos únicos e cartas numeradas ilustradas. |
1480s-1510s | Os livros da sorte se tornam populares. As cartas de jogo são usadas para escolher uma página aleatoriamente e encontrar uma resposta para uma pergunta. |
1480s-90s | As proibições contra o jogo em várias cidades isentaram certos jogos preferidos por aristocratas como tarot, gamão e xadrez, possivelmente porque são considerados jogos de habilidade ao invés de jogos de azar, e porque a Igreja não queria se indispor com a classe dominante. |
1490s | Milão e partes da Itália são conquistadas pela França. A fabricação de cartas muda para a França. |
1500 | Primeiros exemplos de cartas impressas por blocos de madeira que sobrevivem. Eles foram preservados como folhas de cartas não cortadas usadas em encadernação de livros. Alguns foram encontrados em um poço no Castelo Sforza, em Milão. Algumas cartas têm imagens típicas do Tarot de Marselha. |
Início 1500 | Baralho Minchiate inventado em Florença. Um baralho de Tarot expandido com trunfos adicionais, representando os quatro elementos e os doze signos do zodíaco. Os cavaleiros se tornam centauros. |
1500 | Primeiras referências à palavra Tarocchi em Ferrara e Avignon. O antigo nome Trionfi muda para outro jogo, jogado com um baralho regular de cartas. |
1507 | Primeira referência escrita à fabricação de cartas na França (Lyons). |
1515 | Alemanha. Imagens de Tarot aparecem em um calendário de Natal, mostrando que essas imagens faziam parte da cultura popular. |
1527 | Veneza. Teofilo Folengo (pseudônimo de Merlin Cocai) escreveu quatro sonetos baseados nos trunfos de Tarot que descrevem o poeta sendo levado a uma sala, onde quatro pessoas desenharam cartas relacionadas ao seu destino e depois pediram por poemas sobre elas. |
1500s | Tarocchi Appropriati era um jogo de salão popular, onde poemas humorísticos baseados em uma carta de Tarot são inventados na hora, para descrever a pessoa que segura a carta. |
1534 | Tarocchi Appropriati por Troilo Pomeran da Cittadela – sonetos baseados nos trunfos que enaltecem as damas de Veneza. |
1534 | O livro de Rabelais,Five Books of Gargantua and Pantagruel, lista mais de 200 jogos, incluindo “Tarau“. Lista também numerosos métodos divinatórios, mas o Tarot não está incluído. |
1543 | As Cartas Falam, por Pietro Aretino, é publicado em Veneza. É parte de um livro pornográfico que fornece informações sobre os nomes e a ordem dos trunfos no decorrer de um diálogo. |
1550 | Flavio Alberti Lillio escreveu Invettiva, contra il Giuoco del Taroco, para dissertar contra o tarot. |
1550 | Giulio Bertoni escreveu um ensaio “Tarocchi Versificati”, que descreve as damas da corte de Ferrara e inclui informações sobre os nomes e a ordem dos trunfos. |
1557 | Lyons. Baralho de Geoffroy Catelin. Este é o primeiro baralho impresso por bloco ainda existente. |
1570 | Pavia. Giambattista Susio escreveu poemas associando os trunfos com senhoras da corte. Ele deu os nomes e a ordem dos trunfos da Lombardia, que é quase o mesmo que o baralho Vieville, criado em Paris um século depois. |
1572 | Veneza. Giriolamo Bargagli descreve como ele viu cada participante em um jogo de Tarocchi recebendo uma carta e sendo informado por que o participante estava associado a ela. |
1575 | Veneza. Primeiro relato de um jogo de Tarot impresso. |
1576 | França. Poemas em uma série de histórias chamadas Facetious Nights. Em cada estrofe, uma figura de trunfo, que está jogando um jogo de Tarot, perde o truque para um naipe de cartas que o mata. No final, todos os trunfos mortos são ressuscitados ao se embaralhar o baralho. |
1589 | Veneza. Registros da Inquisição mostram a carta do Diabo sendo usada como foco de veneração e oração. É notável que o próprio Tarot não seja considerado mau por essa associação. |
1610 | Baralho Parisiense, o primeiro baralho completo impresso por blocos que sobreviveu. Mostra uma mistura de várias influências regionais. |
1637 | França. As primeiras regras do jogo de Tarot são publicadas em um panfleto. |
Meados de 1600 | O padrão Belga aparece no baralho De Hautot publicado em Rouen e no baralho Vieville feito em Paris. |
1660 | Paris. Jean Noblet publicou o primeiro baralho que conhecemos que está em conformidade com o padrão Tarot de Marselha. |
1663 | Tarocchi e Minchiate são introduzidos na Sicília. Os baralhos sicilianos são muito diferentes, com naipes portugueses, menos cartas e algumas imagens únicas de trunfo. |
1664 | Mitelli Tarot, uma edição especial feita em gravura de cobre. O primeiro baralho que temos no padrão bolonhês. |
1680 | Johann Mayer, da Suíça, publica o primeiro exemplar do estilo de Besançon com Júpiter e Juno, ao invés da Papisa e Papa. |
Início do século 18 | Baralhos de estilo Chosson são produzidos por Madenie de Dijon, Payen de Avignon, Heri da Suíça e outros. |
1714 | Lyon. O baralho Dodal é publicado. É um baralho de transição entre o Noblet e o padrão Tarot de Marselha. |
1725 | Bolonha. A Imperatriz, o Imperador, o Papa e Papisa são substituídos pelos quatro mouros em baralhos regionais por ordem do Vaticano. |
1730-1830 | Cresce a popularidade do jogo do Tarot. As regras e os baralhos são padronizados. |
1736 | Chosson de Marselha imprime um baralho que se torna o modelo dos Tarots de Marselha convencionais. |
1736 | Serravalle, Itália. Primeiro Tarocco Piemontese impresso por Giuseppe Ottone. Está agora no Museo de Naipes Fournier. |
1740 | Bolonha. Uma página do manuscrito, descoberto no século 20, por Pratesi na Univertisy Library, dá significados divinatórios de 35 cartas do Tarocco Bolognese, e diz para separar as cartas em 5 pilhas de 7 cartas cada, mas não diz o que fazer com elas depois. |
1740s | O estilo de 78 cartas da Lombardia surge em Milão. É publicado com títulos italianos e é eventualmente substituído pelo padrão Piemontese. |
1750 | Baralho Tarock é criado com naipes franceses e trunfos decorativos de duas faces. Ainda é o baralho padrão para jogar. |
1753 | Bolonha. Primeiras regras para Tarocchi Bolognese publicadas em um livro de jogo de cartas. |
1756 | Viena. Primeiras regras para o jogo em alemão. É o estilo jogado na Lombardia, que foi governado pela Áustria naquela época. |
1750s | Etteilla (primeiro leitor de Tarot profissional que conhecemos – 1738-1791) é instruído a ler cartas por um homem do Piemonte. |
1760 | Marselha. O baralho Conver, uma cópia muito próxima do baralho 1736 de Chosson, torna-se o padrão TDM e a base para os baralhos contemporâneos de Fournier, Grimaud e outros. |
1770 | Paris. Etteilla escreve o primeiro livro de cartomancia, How to Entertain Oneself with a Pack of Cards (Como entreter-se com um maço de cartas). Ele usa um baralho de Piquet, mas menciona o Tarot para adivinhação. Este é o primeiro manual de leitura de cartas e a primeira referência escrita explícita à adivinhação com Tarot. |
1770s | Baralhos de estilo Flamengo, com o capitão espanhol e baco em vez da papisa e do papa, são impressos na Bélgica. |
1760-1780 | O Tarocco Bolognese tornou-se de duas faces (espelhado). Este estilo não apareceu na França e na Inglaterra até o século 19. |
1781 | Antoine Court de Gebelin publica o volume VIII do Le Monde Primitif. Contém ensaios sobre o Tarot, relacionando-o com o alfabeto hebraico e o antigo Egito pela primeira vez em um livro. |
1783 | Etteilla publica How to Entertain Oneself with a Pack of Cards (Como entreter-se com um maço de cartas), o primeiro manual de como ler o Tarot. O livro contém uma história elaborada das antigas origens egípcias do Tarot. |
1789 | Etteilla produz o primeiro baralho ocultista que ilustra os ensinamentos herméticos. Este baralho é atualmente em impressão como Le Grand Etteilla por Grimaud. |
1804-1807 | D’Odoucet, um seguidor de Etteilla, publica um livro sobre significados de cartas baseado nos ensinamentos do próprio Etteilla. Esta é a base para cerca de metade dos significados dos Arcanos Menores do baralho de Rider Waite Smith. |
1820s | Um baralho de cartas bolonhesas de duas faces é rotulado na parte superior e inferior com significados divinatórios. |
1835 | Carlo Della Rocca cria o baralho Sufino de estilo milanês. Ainda é impresso por Lo Scarabeo e Il Meneghello. |
Final de 1700 | Baralho Grandpretre é gravado em chapa de cobre e colorido à mão. O Papa e Papisa são chamados de Sacerdotisa e Sumo Sacerdote. Está é a primeira vez que esses nomes são usados em um baralho. O Enforcado está em pé e chamado de Prudência como em De Gebelin. |
1856 | Paris. Eliphas Levi publicou Dogma and Ritual of Transcendental Magic (Dogma e Ritual de alta Magia Transcedental), uma grande síntese da tradição mágica ocidental, que dá ao Tarot um lugar importante. |
1861 | O ocultista inglês Kenneth Mackenzie visita Eliphas Levi em Paris, e se inspira para criar o Manuscrito Cifrado e o Livro T, que se tornam a base para os ensinamentos da Ordem Hermética da Golden Dawn e o alicerce do Tarot Anglo-Americano. |
1863 | Paris. Paul Christian publica Red Man of the Tuileries (Homem vermelho de Tuileries), um romance que descreve as cartas do Tarot egípcio. A primeira vez que o termo Arcano é usado para as cartas. |
1864 | Robert Chambers escreve o Book of Days (Livro dos Dias), que fornece técnicas de leitura de cartas usadas pelas esposas dos soldados britânicos. A. E. Waite usou alguns desses significados para seus arcanos menores. |
1865 | Paris. Edmond Billaudot, leitor profissional de cartas, cria o Tarot Belline a partir das descrições de Christian em Red Man. É o primeiro baralho tem letras hebraicas nas cartas. Atualmente é publicado como o Grand Tarot Belline. |
1870 | Paris. Paul Christian publica Histoire de la Magie (A História da Magia), usando todo o material de tarot em Red Man of Tuileries. Ele descreve uma antiga câmara de iniciação egípcia e designa o Tarot como um professor de mistérios antigos. |
1888 | Londres. William Westcott e S. L. Mathers lançam a Ordem Hermética da Golden Dawn depois de obterem os papéis de MacKenzie (Manuscrito Cifrado e o Livro T). |
1888 | Londres. S. L. Mathers publica The Tarot: Its Occult Signification, Use in Fortune Telling, and Method of Play (O Tarot: Seu Significado Oculto, Uso na Cartomancia e Método de Jogo). |
1888 | França. Ely Star publica um livro de astrologia usando os ensinamentos e os nomes das cartas de Paul Christian, que influenciaram os baralhos egípcios. Seu uso do termo Arcanos Maiores e Menores foi adotado por Papus. |
1889 | Paris. Oswald Wirth publica seu baralho, projetado com a ajuda de Stanislaus De Guaita usando as descrições de Levi. |
1889 | Papus publica Tarot of Bohemians (Tarot dos Boêmios), que codifica os ensinamentos de Levi. É ilustrado pelos baralhos de TDM e Wirth. |
1896 | As cartas de Falconnier-Wegener são publicadas. É o primeiro baralho verdadeiramente egípcio baseado nas descrições de Paul Christian, de 1870. |
1909 | A. E. Waite publica o Tarot Rider Waite e o livro que o acompanha, The Pictorial Key to Tarot (A chave pictórica para o Tarot). Estes se tornam o alicerce do Tarot anglo-americano. |
1909 | Aleister Crowley publica o Liber 777, que divulga todos os rituais e ensinamentos da Golden Dawn. Isso desmistifica as sociedades secretas e democratiza os ensinamentos esotéricos. |
1910 | Tarot dos Boêmios por Papus (1889) é traduzido para o inglês. Um dos livros mais importantes sobre o Tarot esotérico francês. Ainda em impressão. |
1912 | Aleister Crowley publica o Livro T da Golden Dawn, que contém seus ensinamentos sobre o Tarot em sua revista The Equinox. |
1917 | O primeiro livro de tarot americano. Hariette e F. Homer Curtiss publicam The Key to the Universe or a Spiritual Interpretation of Numbers and Symbols (A Chave para o Universo ou uma Interpretação Espiritual de Números e Símbolos), um livro sobre o Tarot esotérico ilustrado com os baralhos Rider Waite Smith, Egípcio, Tarot de Marselha e Wirth. |
1917 | EUA. DeLaurence Company pirateia o baralho Rider Waite e o livro, The Pictorial Key to Tarot. |
1918 | EUA. C. Z. Zain publica cursos por correspondência, para a sua Igreja da Luz, que contêm as primeiras traduções inglesas dos ensinamentos de Paul Christian. Ele usa os desenhos do Falconnier-Wegener Egyptian para o seu baralho. |
1920 | EUA. Paul Foster Case funda o BOTA cujos ensinamentos se baseiam fortemente na Golden Dawn. |
1926 | Paris. O livro de Oswald Wirth, Le Tarot des Imagiers du Moyen Age (O Tarot dos Artistas Medievais) é republicado. |
1927 | Londres. Dion Fortune estabelece a Sociedade da Luz Interior e inicia sua carreira de professora e escritora. |
1929 | EUA. J. Augustus Knapp e Manly Palmer Hall criam o que veio a ser conhecido como o Knapp-Hall Tarot, publicado em 1978, que combina Wirth e imagens egípcias. |
1930 | Paris. Paul Marteau, dono da editora Grimaud, produz um Conver TDM recolorido, que atualmente é o baralho padrão para adivinhação na França. |
1936 | EUA. A Igreja da Luz fundada, por C. Z. Zain, produz seu baralho egípcio baseado nos desenhos de Falconnier-Wegener. |
1937 | EUA. Israel Regardie começa a publicar todos os ensinamentos e rituais da Golden Dawn. |
1938-1942 | Londres. Frieda Harris cria as pinturas a óleo originais para o Thoth Tarot de Aleister Crowley. |
1942 | Londres. Pinturas originais de Frieda Harris para o Thoth Tarot, de Crowley, são exibidas em uma galeria. |
1944 | Uma edição limitada do baralho de Crowley é publicada. |
1947 | Paul Foster Case publica uma síntese de seus ensinamentos em The Tarot: A Key to the Wisdom of the Ages (O Tarot: Uma Chave para a Sabedoria das Eras), com desenhos de Jessie Burns Parke. |
1948 | O livro Le Tarot de Marseille, de Paul Marteau, ensina a leitura da TDM prestando muita atenção às imagens, cores e números, ao invés de usar atribuições esotéricas. |
1951 | Grã-Bretanha. A Lei da Bruxaria é revogada, permitindo que os baralhos de Tarot sejam impressos e vendidos livremente. |
1959 | EUA. A University Books inicia a impressão do baralho Rider Waite Smith e do Pictorial Key to Tarot, dando-lhes ampla distribuição. |
1960 | Eden Grey publica seu primeiro livro sobre como ler tarot, The Tarot Revealed (O Tarot Revelado). O tarot então se torna amigável e acessível ao público em geral, preparando o terreno para a popularidade sua no final do século 20. |
1966 | Gertrude Moakely publica The Tarot Cards Painted by Bembo (As Cartas de Tarot Pintadas por Bembo), que mostra a relação entre os trunfos do século 15, Petrarca e desfiles triunfais renascentistas. |
1968 | House of Camoin produz sua primeira reprodução do TDM da Conver, de 1760. |
1968 | O baralho Albano Waite, um baralho RWS recolorido, pode ser o primeiro subproduto do RWS. |
1968 | The New Tarot for the Aquarian Age (O Novo Tarot para a Era de Aquário), de John Starr Cooke e Rosalind Sharpe, é canalizado através de uma tábua Ouija. O primeiro baralho pós-moderno “New Age”. |
1968 | Stuart Kaplan compra o baralho Swiss 1JJ (Jupiter & Juno) em uma feira comercial, lançando a US Games Systems no Tarot. |
1969 | A Grimaud começa a publicar seu TDM com um livreto em inglês. |
1969 | O Thoth Tarot, de Aleister Crowley, criado no início dos anos 1940, é publicado como uma reprodução fotográfica de baixa qualidade. |
1970 | O Thoth Tarot, de Crowley é publicado com base em fotos das pinturas originais. |
1970 | The Complete Guide to the Tarot (O guia completo do Tarot), livro de Eden Gray, que descreve a “Jornada do Louco” pela primeira vez. |
1970 | O Aquarian Tarot, de David Palladini é um dos primeiros de uma avalanche de baralhos estilo RWS. |
1971 | The Devil’s Picture Book (O Livro Ilustrado do Diabo), de Paul Huson é um dos vários livros publicados no final dos anos 60 e início dos 70, que coloca o Tarot em um contexto wiccaniano ou pagão. |
1971 | O livro de Richard Roberts, Tarot and You (O Tarot e Você), contém transcrições de leituras usando um método psicológico de associação livre que influenciou Mary Greer. |
1971 | O Tarot dos Boêmios, de Papus é republicado em inglês pela primeira vez desde 1910. É um dos livros de tarot mais influentes de todos os tempos. |
1971 | A US Games, Inc. adquire os direitos do Rider Waite Smith. |
1971 | Buenos Aires. O baralho Egipcios Kier é publicado. Este é um importante Tarot esotérico nos países de língua espanhola. |
1974 | New Tarot, de Hurley & Horler é um dos primeiros baralhos radicalmente redesenhados, que rompe com as imagens de Rider Waite. Eles trabalharam de 1961 a 1967 enquanto moravam no Esalen, em Big Sur, Califórnia. |
1975 | Mountain Dream Tarot, de Bea Nettles. O primeiro baralho baseado em fotografias. |
1975 | O livro de Joseph Maxwell, The Tarot, torna-se um dos poucos livros de tarot franceses traduzidos para o inglês. |
1976 | Xultun Tarot, de Peter Balin é o primeiro baralho baseado em uma cultura não ocidental. |
1976 | The Secret Daikini Oracle, de Penny Slinger, é o primeiro baralho tipo colagem. |
1976 | Tarot responde ao movimento feminista. O Womanspirit Circle, em Santa Cruz, Califórnia, é o local de nascimento de vários baralhos feministas que aparecem no final dos anos 70, como o New Woman’s Tarot e o Amazon Tarot. |
1978 | Stuart Kaplan publica a primeira, de quatro enciclopédias, disponibilizando milhares de baralhos para todos estudarem. |
1978 | A. G. Muller publica o baralho egípcio de Falconnier-Wegener como o Tarot Egípcio. |
1980 | Michael Dummett publica The Game of Tarot (O Jogo de Tarot), um livro definitivo para jogos e baralhos de Tarot. |
1980 | Seventy-Eight Degrees of Wisdom (Setenta e Oito Graus de Sabedoria), de Rachel Pollack, se torna um dos livros mais influentes sobre os significados das cartas. |
1981 | Baralho Motherpeace, de Vicki Noble e Karen Vogel. O primeiro baralho redondo e o primeiro baralho feminista e da deusa a desfrutar de ampla distribuição. |
1984 | Ffiona Morgan, e outros 14 pessoas, publicam Daughters of the Moon (As Filhas da Lua), um baralho redondo concebido no Santa Cruz Womanspirit Circle, no final da década de 1970. |
1984 | Mary Greer publica Tarot for Yourself (Tarot para você mesmo), um livro de exercícios, que guia o leitor através da criação de significados pessoais para as cartas, ao invés de memorizar os significados prontos. As atribuições astrológicas e elementares da Golden Dawn são disseminadas. |
Anos 1980-90 | Idade de ouro de pequenas revistas de Tarot de propriedade individual, como Winged Chariot (Carruagem Alada), de Tracy Hoover , Tapestry (Tapeçaria), de Crystal Sage e Celebrating the Tarot (Celebrando o Tarot), de Geraldine Amaral. |
Década de 1990 | Vários artistas e editores atualizam o Tarot de Marselha: Fournier, Major Tom, Rodes & Sanchez e Hadar. |
Década de 1990 | A Llewellyn, fundada em 1901 como uma editora astrológica, torna-se uma grande editora de cartas de Tarot e, em 2000, forma uma parceria com a Lo Scarabeo, um importante editor italiano de Tarot. |
1991 | Primeiro BATS (Bay Area Tarot Symposium) organizado em San Francisco, por Thalassa. |
Meados dos anos 90 | A comunidade do Tarot se torna global graças à internet. Alt_Tarot e Tarot_L (Yahoo) são pioneiros em listas de discussão. |
1996 | Os livros A Wicked Pack of Cards (Um Cruel Maço de Cartas), seguidos de The History of Occult Tarot (A História do Tarot Oculto), em 2002, a pesquisa sobre a história do Tarot por Michael Dummett e pesquisadores independentes que compartilham suas descobertas online, desmentem as teorias ocultistas das antigas origens do Tarot. |
1997 | Primeiro Congresso Mundial de Tarot em Chicago, organizado por Janet Berres. |
2002 | Primeiro Reader’s Studio (Estúdio do Leitor) organizado em Nova York, por Ruth e Wald Amberstone. |
Onde ver baralhos históricos on-line
Aeclectic
Resenhas curtas para cada baralho, com várias cartas digitalizadas. O site é mais contemporâneo, porém com vários baralhos históricos também.Alchemywebsite.com/tarot
Adam McLean está criando um banco de dados pesquisável de sua coleção de 2500 cartas, com algumas imagens digitalizadas de cada baralho. O site possui mais baralhos contemporâneos de edição limitada, mas deve haver algumas reproduções históricos na mistura. Ele também publica baralhos de edição muito limitada e tem uma série de 25 PDFs que discutem o tarot como arte.Andy’s Playing Cards
Enorme coleção de baralhos tradicionais organizados por tipo e região. É um pano de fundo sobre a história das cartas e desenvolvimento regional.Tarot-de-Marseille-Heritage
Veja todos os 22 trunfos de vários TDMs raros do início do século 18. Yves Reynaud criou reproduções de edição limitada de quatro baralhos.Tarot Museum Belgium
A coleção de mais de 2.500 baralhos, de Guido Gillabel. Amostras de muitos de seus baralhos podem ser vistas no site.TarotWheel.net
A seção de Baralhos Históricos de Tarot desta página tem links para coleções de tarot em museus do mundo todo: Museu Britânico, Yale U., Biblioteca Nacional da França, Museu de Budapeste, Galeria Nacional de Arte em Washington DC e outros.World of Playing Cards
O site enciclopédico de Simon Wintle, que abrange cartas de baralho históricas, baralhos de tarot e adivinhação.
Onde ler sobre a história do Tarot Online
Facebook’s Tarot History Group
Um bom lugar para fazer perguntas sobre a história do tarot.Forum.TarotHistory.com
Fórum para compartilhar pesquisas e fazer perguntas sobre a história do tarot. O Bianca’s Garden Room tem um tópico para discutir a iconografia de cada trunfo. A Sala de Pesquisa tem um grande número de tópicos sobre a história do tarot.Fourhares.com
Site de Jean-Michel David, autor de Reading the Tarot de Marseille. A Associação de Estudos de Tarot encerrou, mas todos os artigos do boletim informativo foram arquivados. Uma ampla gama de tópicos, incluindo a história do tarot.Franco Pratesi’s articles
Links para pelo menos 150 artigos do pesquisador Franco Pratesi. Muitos artigos sobre as primeiras cartas de baralho e tarot.Le Grimoire de Mnemosyne
Site francês focado no Tarot de Marselha. O autor tem ideias controversas que ligam o tarô à Academia Florentina de Medici. Lista de links para os artistas franceses que estão criando reproduções de baralhos históricos.Ludustriumphorum.blogspot.com
Artigos de Ross Caldwell sobre história e iconografia antigas do tarot.https://www.letarot.it/
Andrea Vitali é o presidente da L’Associazione Culturale Le Tarot e especialista em cultura popular medieval, e sua relação com o tarot. O site tem muitos ensaios sobre tarot, literatura, contexto cultural, história, magia e ensaios em cada trunfo. O site está em inglês e italiano.Mary K. Greer’s blog
A categoria História e Pesquisa do Tarot foca principalmente na cartomancia, Lenormand e PC Smith. Postagens anteriores se concentram mais no histórico do tarot. Aqui estão os links para artigos de interesse específicos:- How Tarot Decks are Made links para um vídeo mostrando como baralhos impressos por blocos de madeira foram feitos no século 15.
- The Visconti Tarots examinam de perto estes decks e afirmam que os irmãos Zavattari, e não Bembo, pintaram os baralhos de Visconti..
- The Visconti-Sforza Papesse as Sister Maifreda.
- Tarot, Playing Cards and Witchcraft
Pagat.com
O site enciclopédico de John McLeod dedicado a jogos de cartas. Procure jogos por país, tipo de naipe, número de jogadores, objetivo do jogo. O link fornecido aqui parece ser o principal site de tarot que possui links para outras fontes.https://pre-gebelin.blogspot.com
Michael J. Hurst, diversos artigos sobre história e iconografia do tarot.TarotForum.net
Um fórum enorme com muitos quadros de mensagens de interesses especiais. A seção Tarot History & Development tem discussões sobre muitos tópicos históricos. Marseille and Other Early Decks trata de iconografia, como ler, discussões sobre livros e baralhos. Se for um assinante pago, pode participar de uma troca de leitura usando o TDM.TarotWheel.net
Uma história bem ilustrada de tarot antigo, com links para coleções de museus on-line.Trionfi.com
Muitos artigos sobre o tarot do século 15. Promove a teoria de que o baralho tinha originalmente 14 trunfos.Tretre.it
Site italiano para jogos de cartas tradicionais. A seção Accademia del Tre tem artigos sobre a de história das cartas e links para textos antigos que fazem referência jogos de cartas e Tarot do século 16 ao 19. Muitos dos artigos são de Andrea Vitali.www.tarotgame.org
Concebido como um suplemento ao livro: A History of Games Played with the Tarot Pack (Uma História de Jogos Jogados com o Pacote de Tarot) por Michael Dummett e John McLeod.World of Playing Cards
História ilustrada do Tarot com links para baralhos específicos. A seção de história tem artigos sobre as cartas de baralho mais antigas.
Onde comprar baralhos históricos
Alidastore
Baseado em San Marino. Serviço rápido e eficiente. Eles têm muitas reproduções históricas e baralhos europeus que são difíceis de encontrar nos EUA.ArnellArt.com/Osvaldo
Arnell Ando mantém um website para os baralhos Il Meneghello de Osvaldo Menegazzi como uma subseção de seu website. Moradores dos EUA podem fazer encomendas de outros baralhos dele, através do site.Collectarot.com
Eles possuem muitas reproduções de edição limitada de Il Meneghello, Pablo Robledo, Yves Reynaud e sivilixi.Editions sivilixi.com
Reproduções de edição limitada feitos por Patrick Coq, de dois barlahos do século 17, pré-Tarot de Marseille: Tarot de Paris e Jacques Vieville.Llewellyn
O distribuidor americano de baralhos Lo Scarabeo, que produzem os baralhos italianos Visconti-Sforza, Soprafino e contemporâneos.La Librairie de L’inconnu
Empório parisiense focado na Nova Era. Grande seleção de livros e baralhos.Tarot-Artisanal
Duas edições muito limitadas, baralhos artesanais, apenas os trunfos de Igor Barzilai: um Conver TDM e o Nicolas Rolichon TDM. O Rolichon é um baralho TDM Tipo I do final do século 17, que é tão obscuro que Kaplan não o lista em suas enciclopédias. É recriado a partir de imagens em uma antiga enciclopédia francesa.www.tarobearslair.com
Fonte de baralhos contemporâneos de Tarot e Tarock usados para jogos. Veja para a seção de cartas italianas e depois para os baralhos de Tarocchi.TarotBG.EU
Com base na Bulgária. Eles tem Il Meneghello, Lo Scarabeo, Europa Oriental e baralhos auto publicados. Sua seção de baralhos vintage e usada está em constante mudança. Vale a pena verificar sempre pois itens incomuns costumam aparecer.Tarot-de-Marseille-Heritage
Edição limitada por Yves Reynaud de importantes TDMs do início do século 18: o Pierre Madenie, Chosson, Heri e Burdel. O site tem uma galeria online de fotos de TDMs de vários museus europeus.Tarot-de-Marseille-Millennium
Bela restauração do TDM de Wilfried Houdouin, enfatizando sua subjacente geometria sagrada. Um livro separado em francês traz a filosofia por trás do baralho.www.tarotgarden.com
Uma boa fonte para baralhos incomuns e de edição limitada.Tarot-History
A reprodução fiel do falecido Jean-Claude Flornoy e de dois importantes baralhos antigos do Tarot de Marselha por Jean Noblet e Jean Dodal.CBD Tarot de Marseille
Um Conver TSM recriado por Yoav Ben-Dov, que recebeu muitos elogios muito. Seu livro Tarot: The Open Reading é um texto importante sobre como ler com qualquer deck de TDM.TaroteCards
Um aplicativo que tem vários decks, incluindo o CBD Tarot de Marseille.US Games, Inc
Enorme seleção de baralhos incluindo algumas reproduções históricas: Visconti-Sforza, Cary-Yale e duas reproduções históricas de Yves Reynaud, o Pierre Madenie e o Chosson Tarot de Marseille.
Livros
Decker, Ronald, Thierry DePaulis and Michael Dummett. A Wicked Pack of Cards: The Origins of the Occult Tarot. St. Martin’s Press, 1996.
Tarot reúne os ocultistas franceses dos séculos 18 e 19. Indispensável para entender como o Tarot se tornou uma ferramenta metafísica.Decker, Paul, and Michael Dummett. A History of Occult Tarot 1870-1970. Duckworth, 2002.
Continuação do livro acima. Leva Tarot aos países de lingua inglesa. Muito da Golden Dawn, Mathers e A.E. Waite.Dummett, Michael. The Game of Tarot: From Ferrara to Salt Lake City. Duckworth, 1980.
Estudo detalhado do Tarot como jogo e baralho de cartas. Fora de catálogo e raro.Dummett, Michael and John McLeod. A History of Games Played with the Tarot Pack. Edwin Mellen Press, 2004.
Uma atualização de dois volumes e continuação do livro de Dummett listado acima.Giles, Cynthia. The Tarot: History, Mystery, and Lore. Paragon House, 1994.
O capítulo de história é provavelmente o melhor do que em qualquer outro livro de Tarot escrito para uma audiência geral.Huson, Paul. Mystical Origins of the Tarot: From Ancient Roots to Modern Usage. Destiny Books 2004.
História muito importante e acessível. Coloca as origens do Tarot onde elas pertencem, à cultura popular e teatro de rua da idade média. Compêndio de significados divinatórios de uma série de fontes históricas.Kaplan, Stuart R. Encyclopedia of Tarot Volumes I and II, US Games Systems. Stamford CT., 1978 and 1986.
Os dois primeiros volumes, deste conjunto de quatro volumes, contêm fotos em preto e branco de todos os baralhos históricos e fragmentos de baralhos existentes. Extensas discussões das famílias Visconti e Sforza e seus baralhos de tarot. Uma obra indispensável.Parlatt, David. Oxford Guide to Card Games. Oxford U Press, 1990
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